segunda-feira, agosto 08, 2005

A ver passar navios...

O jornal Público de hoje inclui um pequeno artigo de Joaquim Ferreira da Silva que, a propósito dos investimentos propostos para o TGV e Ota, chama a atenção para a insensibilidade governativa para a nossa frente marítima:

«(...) o plano de 25 milhões para investir nas infarestruturas que o governo considerou prioritárias (PIIP) nem uma linha refere o transporte marítimo. E, daquilo que as estatísticas nos indicam, ainda é por via marítima que Portugal movimenta a maior parte das mercadorias necessárias à sua sobrevivência. O petróleo, o carvão e o gás natural, matérias vitais para o país, utilizam 100 % do transporte por meio de navios.
(...)
«E o que nos surpreende é que não visionamos nenhum economista, especialista ou comentador de nomeada pedir que se invista na construção naval e no armamento marítimo tão necessários para reduzir essa gigantesca sangria de dinheiro paga aos proprietários de navios estrangeiros fretados para realizar aquele transporte.
(...)
«Veja-se como a Suécia, a Finlândia, a Noruega e a Dinamarca deixaram de fora o TGV mas tê os mais modernos portos e todo o seu ramal ferroviário, assim como os seus navios ferries estão incorporados na malha da bitola das linhas europeias tornando possível o transporte rápido das mercadorias entre esses países e os restantes a sul.»

Há cerca de uma ano, a Comissão para os Oceanos formulou, a pedido do governo, uma estratégia para esse sector. Até o Expresso lhe dedicou quase exclusivamente um número da sua revista "Única". Como explicar este alheamento colectivo?


Documentos relacionados:

  • Cinco Objectivos Estratégicos para os Oceanos (2004)

  • O Mar: um Oceano de Oportunidades para Portugal in Cadernos Navais (Abril/Junho 2005)

  • Programas de Investimentos em Infra-estruturas Prioritárias

  • Nota de imprensa do governo, de 5 de Julho de 2004, aquando da entrega do Relatório pela respectiva Comissão, onde se pode ler:
    «Com a estratégia ora apresentada, o País passa a dispor de um enquadramento geral e de longo prazo para todas as questões relacionadas com o mar, assim como de uma referência orientadora das decisões sectoriais que incidem sobre o oceano.»
  • 2 comentários:

    Anónimo disse...

    Na Finlandia hä Pendolino. E julgo que na Suecia tb hä comboios rapidos.

    Joao Augusto Aldeia disse...

    Fiz uma pequena busca e pareceu-me que o Pendolino não pode ser considerado um TGV, mas antes aquilo que tem sido designado como "velocidade elevada", pois o máximo que atinge são 220 km/h (o TGV é superior a 300 km/h).

    A Suécia usa o X2000, que atinge actualmente a velocidade de 200 km/h, estando em estudo investimentos que poderão fazer subir essa velocidade para os 300 km/h.

    A velocidade do sistema norueguês é de 210 km/h.

    Encontrei estes elementos no railway-technology.com:
    http://www.railway-technology.com/projects/
    onde também é feita referência à linha Lisboa-Porto