domingo, outubro 02, 2005

E dirigentes sindicais também?


Klaus-Joachim Gebauer

O antigo responsável pelos Recursos Humanos da Volkswagen, Klaus-Joachim Gebauer, revelou que a empresa pagava os serviços de prostitutas a vários executivos da empresa, entre os quais o seu antigo director, Peter Hartz, e Klaus Volkert. Em entrevista à revista alemã 'Stern', Gebauer admitiu que, na maioria das vezes pagava ele próprio os serviços, que depois debitava nas despesas da empresa.

No DW-World.de, adianta-se ainda que, segundo Gebauer «Ninguém mais imaginava uma viagem sem prostitutas. Os executivos só pensavam nisso.» Também segundo o Correio da Manhã, a Volkswagen organiza desde os anos 90 este tipo de "viagens de lazer" de que beneficiam altos quadros da empresa, bem como dirigentes sindicais.


Adryanna Barros

Segundo o Correio da Manhã, «a 'Stern' assegura que uma das prostitutas que Hartz frequentava tinha 24 anos, era brasileira, e encontrou-se com o director de pessoal da Volkswagen no passado mês de Maio no 'Elefante Branco', em Lisboa, graças à intervenção de Gebauer.» Noutras notícias é referida a participação da brasileira Adryanna Barros, "namorada" ou "amante" de Klaus Volkert, beneficiando mesmo de alguns contratos suspeitos com a empresa. Através da influência de Volkert e de pressões sobre a empresa que detém a publicidade da Volkswagen no Brasil, Adryanna conseguiu ter um programa próprio de televisão, sobre turismo e viagens, que para além de lhe garantir o rendimento financiava viagens de luxo por todo o mundo, onde se cruzava com o sindicalista Volkert.

Klaus Volkert, de 62 anos, casado e pai de uma filha, começou por ser operário torneiro-mecânico. Através do sindicato dos metalúrgicos ascendeu ao conselho de funcionários da Volkswagen e a um lugar no conselho executivo da empresa, onde representava os trabalhadores no famigerado modelo de decisões patrão-empregado. Isto ter-lhe-á proporcionado mesmo um doutoramento Honoris Causa na universidade de Braunschweig.

Gebauer encontra-se a ser investigado juntamente com o director de Recursos Humanos da Skoda. Helmuth Schuster. As investigações incidem igualmente sobre casos de corrupção e desvio de dinheiro, entre os quais um projecto, que ficou no papel, de exportação de carros da Skoda para Angola por meio de uma empresa dirigidas por testa-de-ferro de Gebauer e Schuster, e que intermediaria o negócio lucrando cerca de mil euros por veículo.

(Assunto já antes referido, com humor, pelo Afixe)

2 comentários:

Anónimo disse...

Nesse capítulo os portugueses nada têm a aprender com alemães, que o digam os nossos árbitros de futebol e o Sr. Pinto da Costa.

Anónimo disse...

Tá boa, António!