«Morra o Fado! Morra! - Pim.»
É com esta (ex)citação do Manifesto anti-Dantas, de Almada Negreiros, que o econometrista Miguel Lebre de Freitas conclui a sua análise do crescimento económico português recente, avisando-nos de que, para a sustentabilidade desse crescimento, muito terá ainda de ser feito [tradução minha do original inglês]:
«Uma maior atenção deverá ser dada aos aspectos estruturais. Rigidez, distorções nos mercados, concorrência desleal, fiscalidade, burocracia, corrupção, privilégios e status quo estão no centro das agendas políticas em todo o mundo e acreditamos que o mesmo se deve aplicar em Portugal. Contudo, para que estas tarefas sejam agarradas, terá de ser considerada uma redefinição das prioridades em política fiscal. De outra forma será impossível prosseguir com a consolidação das finanças publicas e, simultaneamente, manter a agenda política.»O texto, em inglês e em pdf, encontra-se aqui, com o curioso título de: «Crescimento Económico Português: Um Manifesto Anti-Fado», e foi apresentado em 2002 na conferência do Banco de Portugal sobre Desenvolvimento Económico Português. Num outro texto, mais leve, acrescentou:
«A economia portuguesa tem ainda muito a ganhar com a difusão tecnológica, mas a política económica tem um papel crucial. Por isso, não podemos ser tolerantes com actuações negligentes, mais ou menos apoiadas na convicção de que a economia portuguesa se encontra num processo exógeno ou automático de convergência. Em matéria de convergência não há destino.» (texto aqui)Isto foi em 2002. Veja agora uma fotografia recente do autor depois de ter tomado consciência de como o país reagiu aos seus avisados concelhos. Miguel Lebre de Freitas é docente da Universidade de Aveiro e tem página web aqui (um exemplo de mau web design: a fotografia de fundo não deixa perceber o texto; para obviar assinale o texto).
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