terça-feira, novembro 28, 2006

Samuelson

«Concluo com uma vulgar hipótese acerca das direcções passada e presente da investigação em Economia. Sherlock Holmes disse: "Cherchez la femme." Quando lhe perguntaram porque é que assaltava bancos, Willie Sutton respondeu: "É onde está o dinheiro". Nos, os economistas, trabalhamos em primeiro lugar para obter a estima dos nossos pares, a qual conta para a nossa própria auto-estima. Quando o New Deal de Roosevelt, no período pós-depressão, forneceu excelentes oportunidades de emprego, logo as universidades junior, em primeiro lugar, se moveram para a esquerda. Depois, para retomar a dianteira aos seus seguidores, as universidades senior passaram-lhes à frente. À medida que o eleitorado pós-Reagan e pós-Thatcher virou à direita, o sinal de "siga o dinheiro" passou a apontar apenas numa direcção. Por assim dizer, nós comemos o nosso próprio cozinhado.

«Nós os economistas gostamos muito de citar as linhas finais que Keynes colocou na sua "Teoria Geral" — por razões que alimentam bastante a nossa vaidade e auto-importância. Mas, para ser franco, os loucos em posições de autoridade podem auto-gerar os seus próprios frenezins sem necessitar de nenhum economista defunto ou avant-garde. A bebida que os economistas do establishment fermentam é frequentemente aquela que o Príncipe e o Público já estão dispostos a engolir. Cá a rapaziada não se mantém no clube mais selecto apenas à custa de repetir as ideias de algum zelota ou sumidade académica»

Paul Samuelson, prefácio ao livro "Inside the Economist's Mind"
(texto integral aqui)
citado por William Barnet em "Is Macroeconomics a Science?"

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