Vejam lá se isto faz sentido: |
«As revelações fundamentais dos fundadores das três religiões monoteistas, entre muitas outras experiêncas de revelações, ocorreram numa montanha. Estas três experiências partilham muitas componentes fenomenológicas, tais como sentir e ouvir uma presença, ver uma figura, ver luzes, e sentir medo.
«Experiências semelhantes têm sido referidas por montanhistas contemporâneos, não místicos. As similaridades sugerem que a exposição à altitude pode afectar os mecanismos funcionais e neurais, facilitando portanto a experiência de uma revelação.»
Que tal? Não parece mesmo uma daquelas notícias bombásticas que enchem os jornais sensacionalistas? Pois bem, tudo isto foi escrito por neurocientistas suíços e israelistas num recente artigo, "Why revelations have occurred on mountains? Linking mystical experiences and cognitive neuroscience", publicado na Science Direct. E continua: |
«Diferentes funções apoiadas em áreas do cérebro tais como a junção temporo-parietal e o cortex pré-frontal são referidas como sofrendo alterações com a altitude. Além disso, a hipoxia grave e crónica afecta significativamente a junção temporo-parietal e o cortex pré-frontal e ambas as zonas têm estado associadas a alterações da percepção do próprio corpo e a experiências místicas. A estadia prolongada em altitudes elevadas, especialmente com privação social, podem também conduzir a disfunções do lobo pré-frontal, tais como uma baixa resistência ao stresse e perda de inibição. Baseados nestas descobertas sugerimos que a exposição a altitudes pode contribuir para a indução de experiências de revelação e pode melhorar o nosso entendimento acerca da metáfora da montanha nas religiões.»
Embora no contexto de outro misticismo, estas experiências dão toda uma outra luz (digo bem) à famosa crise da selecção portuguesa de futebol no campeonato mundial de 1986, em Saltillo, no México. Lembram-se? Havia jogadores que, quando passavam junto ao seleccionador e dirigentes, davam palmadas nos braços e gritavam: "maldita melga!". Afinal era da altitude. A ciência tudo explica! |
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