O jornal Público tem hoje duas peças representativas dos extremos ideológicos, no que respeita a soluções para a economia portuguesa. Num dos extremos posiciona-se António Vilarigues com um artigo de opinião (pág. 7); baseando-se num trabalho de Anselmo Dias publicado no jornal Avante (disponível aqui), compara o peso dos encargos da função pública no PIB corrigido com previsões para a economia paralela, do que resulta que Portugal atinge uma percentagem próxima da média europeia (12 %) e menor do que a de países como a Dinamarca (17,9 %), Suécia (16,6 %), França (13,9 %) ou Finlândia (13,8 %). O argumento alarga-se depois a outras despesas decorrentes de funções sociais do Estado. No outro extremo encontra-se a entrevista com Andrea Canino, presidente do Conselho de Cooperação Económica (Pág. 34), que veio a Portugal para entregar ao governo um relatório com sugestões para um novo modelo de desenvolvimento, assunto que já referimos aqui. Afirma Canino que «as reformas do governo estão na boa direcção mas não sao suficientemente profundas» e que «é insensato que um país há cinco anos em contraciclo com o resto da Europa continue a aumentar de forma significativa o número dos seus funcionários públicos.» Canino, que considera a CCE um «instrumento técnico ao serviço do governo», resume a economia europeia a quatro sistemas: «o escandinavo, que é eficaz e equitativo; o anglo-saxónico, que é eficaz e não equitativo; o francês, que é equitativo mas não eficaz; e o do sul da Europa, que é ineficaz e não equitativo.» Em Portugal a iniciativa da CCE foi referida pelos blogues Canhoto, Menir e Minha rica casinha. |
quinta-feira, outubro 06, 2005
Extremos
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