O Nobel da Economia de 2005 foi atribuído a: Robert J. Aumann, da Universidade Hebraica de Jerusalém (Israel) Thomas C. Schelling, da Universidade de Maryland (EUA) "por terem melhorado a nossa compreensão das situações de conflito e cooperação, através da Teoria dos Jogos".
A Teoria dos Jogos já justificara, em 1994, a atribuição do Nobel a John C. Harsanyi, John F. Nash Jr. e Reinhard Selten.
links: | Nobel prize.org | anteriores laureados |
Thomas C. Schelling (n. 1921) doutorou-se em Harvard. Colaborou no Plano Marshall, entre 1948 e 1953. Leccionou na Universidade de Yale e em Harvard desde 1958. A partir de 1990 começou a leccionar na Universidade de Maryland. Foi presidente da American Economic Association em 1991.
Schelling é um pesquisador eclético. Abordou uma ampla gama de assuntos, tais como a estratégia militar, o controlo de armas, a economia do meio ambiente, a questão racial, os arsenais nucleares - além de outros assuntos relacionados com a ética. É um pensador de direita. Num dos seus estudos ["Who Benefits..." - ver mais abaixo] Schelling desencoraja maiores esforços para reduzir o aquecimento global, pois tais esforços ajudariam apenas os países pobres, dependentes de recursos naturais, etc... [ Crédito: Economistas ]
obras principais:
The Strategy of Conflict", 1960. (ver recensão) "Arms and Influence", 1976 "Micromotives and Macrobehavior", 1978 "Thinking Through the Energy Problem", 1979 "Incentives for Environmental Protection", 1983 "Choice and Consequence", 1985 "Strategy and Arms Control", 1986 "Bargaining, Communication and Limited War", 1993
artigos: "Experimental Games and Bargaining Theory", 1960, World Politics. "Who Benefits from the Long-Term Effort to Slow Global Warming and Who Should Participate?" "Some Economics of Global Warming"
links: página oficial na Universidade do Maryland
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reacções da blogosfera:
No Aforismos e Afins: Tiago Mendes escreve: "É dificil descrever a emoção de ver Schelling ganhar o Nobel. Quando o "reinvidiquei" aqui, foi mesmo uma declaração a "pedir justiça", mais do que uma "aposta". Acho que só senti um arrepio assim quando, já há alguns anos (depois de acordar de propósito às 6h da manhã), vi em directo Benigni ganhar o Oscar com "A vida é bela".
"E Robert Aumann, claro, fica muito bem ao lado de Thomas Schelling. Depois duma noite eleitoral emocionante, (mais) um (mais que merecido) Nobel para a "Teoria dos Jogos" é mais que motivo para festejar!."
No blogue A Mão Invisível, Tiago Mendes, depois de descrever um artigo do economista agora laureado, perguntava: "Para quando o Nobel para Schelling?"
Em A destreza das dúvidas L. Aguiar-Conraria escreve, a propósito do Nobel, sobre... Tiago Mendes, precisamente.
No Crooked Timber, Kieran Healy adianta: "do ponto de vista de um outsider, e especulando um pouco politicamente, o resultado parece ser um modo equilibrado de marcar a ascensão da Teoria dos Jogos na Economia. Embora o trabalho de Schelling seja analiticamente apurado (e o próprio Schelling é famoso pela sua fina argumentação) esse trabalho não é apresentado de modo tecnicista: podemos sentar-nos calmamente e ler os seus ensaios. Aumann, por outro lado, representa uma ala muito mais matematizada, com demonstração de teoremas e desenvolvimento de novas ferramentas conceptuais com propriedades formais precisas."
No Roger Jacob, Roger escreveu: "No seu livro "The Strategy of Conflict" (A estratégia do conflito), Schelling ampliou a Teoria dos Jogos como método a ser utilizado para as ciências sociais. Este cientista, de 84 anos, demonstrou que na corrida armamentista nuclear a capacidade de represália é mais eficiente do que a capacidade de resistir a um ataque, e que a ameaça de uma represália incerta é mais eficaz do que uma ameaça precisa. Schelling considera que as suas conclusões, extraídas da análise da Guerra Fria, podem ser aplicadas à análise do comportamento dos agentes económicos em determinadas circunstâncias.
"Aumann, de 75 anos, demonstrou que a cooperação se produz com maior facilidade se a relação entre indivíduos ou grupos existe a longo prazo e se se trata de um encontro único. Por isso, as análises de jogos de curta duração são muito restritas." |
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