Viva a despesa pública!

Diário de Notícias de hoje: citação 1 - «Frota permanente de 14 meios aéreos já em 2006» citação 2 - «Governo ainda vai decidir se compra ou aluga aeronaves para combate aos fogos» Ou seja: se ainda não sabe se compra ou aluga, deduz-se que ainda não fez as contas todas. Mas já sabe que são 14 meios aéreos - quatro aviões pesados e dez helicópteros, que estarão activos de Janeiro a Dezembro!

Em rigôr, a única coisa que o governo decidiu foi o aumento da despesa pública, pois anulou o conceito de "época de incêndios" e, por isso, arriscamo-nos a ter 14 meios aéreos permanentemente disponíveis (comprados ou alugados) à espera que haja fogo. Eu disse 14? Desculpem lá: citação 3 - «Este é apenas o número de arranque, tendo em conta o dinheiro disponível para 2006. Até porque o relatório da Comissão Especial para o Estudo dos Meios Aéreos de Combate aos Incêndios, entregue à tutela, diz que a frota desejável é de 48 meios - 30 helicópteros e 18 aviões.» [E ainda dizem que as Comissões são lentas a apresentar resultados... Más-línguas! Quando é para gerar despesa os Relatórios surgem à velocidade da luz...] Chama-se a isto atirar dinheiro para cima dos problemas. Tem razão o povo: não há fome que não dê em fartura. Vamos a ver é se não acontece o oposto: que tanta fartura não resulte, depois, em fome...