sexta-feira, setembro 09, 2005

No Direction Home

Compreendo perfeitamente - e partilho - a expectativa do Homem a Dias pelo documentário "No Direction Home", sobre Bob Dylan. Como tantos outros, também eu fui apanhado por essa dependência da música com uma mensagem, pela novidade e inovação, e depois pela raiva, pelo remorso e pela alegria do reencontro, com a música e as palavras de Bob Dylan.

Dylan, um dos homens mais veementemente acusados de incoerência, responsável por mudanças profundas no domínio da sua arte, chega ao século XXI como o mais coerente e persistente dos criadores artisticos, explicando uma e outra vez - com faz na entrevista com Ed Bradley - que é apenas um cantor e compositor de canções.

O documentário, que será divulgado no final de Setembro, é realizado por Martin Scorsese e, segundo a revista "Rolling Stone", constitui "a grande odisseia do rock & roll, a verdadeira história de como Bob Dylan se transformou a si próprio e à arte de compor canções, no seio do caos e das ilimitadas possibilidades dos anos 60 - um relato electrificante de uma vida sem precedentes". Entretanto, escutemos Dylan:


Entrevista com Ed Bradley para o programa "60 Minutos", da CBS.
Duração: cerca de 16 min. (38,4 MB) Links de acesso:
http://www.altdotcoffee.com/Dylan.wmv
http://movies.crooksandliars.com/Dylan.wmv

Ed Bradley - Sei que não se vê a si próprio como a voz da sua geração, mas algumas pessoas (...) viam as suas canções como hinos, viam-nas como canções de protesto, e foram importantes nas suas vidas (...)
Dylan - O meu material eram canções, não eram sermões. Se examinar as canções, não creio que encontre lá alguma coisa que diga que eu era um porta-voz de alguém ou de alguma coisa.
Ed Bradley - Mas eles viam...
Dylan - Talvez eles não estivessem a ouvir as canções.
The Times They Are A'Changing

1 comentário:

Anónimo disse...

Muito onrigado por ter colocado isto online.