segunda-feira, setembro 19, 2005

Meios aéreos: um fogo que se reacende

No passado dia 7 de Setembro já aqui tinhamos escrito um post bem humorado sobre o anúncio governativo de aquisição de meios aéreos para combate a incêndios ("Viva a despesa pública!"). Poucos dias decorreram desde então, mas já foram saindo várias notícias sobre este objectivo governamental, a última das quais vem no jornal Público de hoje:
«Dos dez helicópteros Puma da Força Aérea Portuguesa (FAP) que o Ministério da Administração Interna (MAI) pretende comprar para combater os incêndios florestais do próximo ano, apenas quatro estarão em condições de operar a partir de Junho/Julho. Os restantes só serão transaccionados quando os militares tiverem na sua posse novos aparelhos.

De acordo com o relatório final da Comissão Especial para o Estudo dos Meios Aéreos de Combate aos Incêndios Florestais, já entregue ao MAI, só a recuperação dos quatro SA330 Puma que a FAP pode disponibilizar até ao início da época dos fogos do próximo ano ascende a 10 milhões de euros. A este montante há que somar mais oito milhões de euros por cada aparelho relativos à sua reconversão.»
Normalmente, uma decisão desta dimensão (equipar o governo com uma frota permanente de meios aéreos de combate a incêndios) só deveria ter sido tomada depois de devidamente ponderadas as questões técnicas e financeiras. Mas neste caso, aparentemente devido à pressão dos acontecimentos e à exposiçao mediática, colocou-se nitidamente "o carro à frente dos bois": tomou-se primeiro a decisão e agora, à medida que se vai caminhando para o objectivo, vai aumentando a factura decorrente de uma decisão precipitada. Tudo isto seria cómico se não andassem a brincar com o dinheiro dos contribuintes - e com a vida dos cidadãos e dos bombeiros.

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