A expressão "economia do lado da oferta" opunha-se assim claramente à "gestão da procura" que caracterizava o keynesianismo e a intervenção do Estado na economia. Na realidade, os cortes de impostos operados por Reagan em 1981 e 1986 e inspirados pelo seu conselheiro económico Jude Wanniski, conduziram a gigantescos défices orçamentais, que levaram J.K.Galbraith a denominar aquele período como um "keynesianismo de cabeça para baixo". Wanniski é autor do livro "The Way The World Works", de 1978, espécie de "Bíblia" do reaganomics. Wanniski apoiou-se nos trabalhos de dois conhecidos economistas: Robert Mundel (Nobel da economia em 1999) e Arthur Laffer. A denominada "curva de Laffer" (que mostra a relação entre a taxa de imposto e as receitas fiscais) é frequentemente utilizada - em geral no contexto da defesa do liberalismo económico - para justificar a defesa da diminuição da taxa de imposto, com o argumento de que resultará num aumento da receita fiscal. Jude Wanniski tinha, no entanto, posições muito heterodoxas relativamente à economia e política norte-americanas. Uma das mais "originais" era a de que uma ditadura poderia ser considerada uma espécie de democracia, se se entender "governo do povo" como o acesso ao poder por qualquer pessoa, independentemente dos condicionalismos do nascimento, sem recurso a revolução ou golpe de estado. Foi também um defensor de Milosevic e Sadam Hussein, não apoiando a guerra do Iraque: |
«Sinto-me triste, e mesmo deprimido, quando ouço os nossos colegas do Congresso papaguear que "os Iraquianos estão bem melhor sem Sadam Hussein", quando mais de 100 mil dos seus filhos e filhas estariam ainda vivos se nós não tivessemos ido para a Guerra. Estarão os mortos "bem melhor"? Estão as suas famílias?»
("Are We Really Better Off Without Saddam?")
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