O facto de muitos cientistas e respectivos laboratórios terem sido afectados pelo furacão Katrina - com perdas irreparáveis de dados relativos a investigações realizadas e em curso - há-de significar alguma coisa sobre o grau de imprevisibilidade (ou de impreparabilidade) aceitável, dadas circunstâncias em que a catástrofe ocorreu. Os cientistas têm sido evocados como testemunhas nos julgamentos que, na imprensa (e na blogosfera) estão a ser feitos aos políticos e ao sistema político. Mas um bom advogado não deixaria de perguntar a essas testemunhas: "porque é que não se preveniu melhor contra a catástrofe? Porque é que deixou perder dados preciosos?" (Alguns desses dados encontravam-se em computadores portáteis). Calcula-se, por exemplo, que 8 mil animais de laboratório, incluindo muitos cães e 16 macacos Rhesus, tenham perecido (ver notícia). Uma outra notícia refere a perda de amostras de sangue e urina, recolhidas e congeladas desde 1973, de uma investigação sobre os factores raciais de risco de doenças do coração. Num dos laboratórios governamentais de epidemologia, de alta segurança, cientistas e polícias eliminaram todas as "amostras vivas" com a ajuda de facas e lixívia, para evitar que "escapassem ou caíssem nas mãos erradas". Entretanto, o Barkley Lab desencadeou um programa de apoio aos cientistas afectados, procurando alojamento temporário e disponibilizando gratuitamente as suas instalações e equipamentos. |
terça-feira, setembro 20, 2005
Cientistas impreparados
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