a) Numa entrevista ao jornal "Expresso", o presidente da Câmara de Lisboa, Pedro Santana Lopes, revela-nos que é ele "o político português, de longe, com mais citações na net. Tenho 230 ou 240 mil, umas boas e outras más. Há dois meses, Mário Soares tinha 180 mil, Cavaco Silva 140 mil, Durão Barroso 120 mil..."
Um jornalista do "Público" resolveu confirmar os números e, no Google, o ranking obtido foi:
b) Intrigado, resolvi fazer o meu próprio ranking, no Google e acrescentando Jorge Sampaio, que "deu":"Durão Barroso" - 106.000 "Santana Lopes" - 92.400 "Mário Soares" - 72.500 "Cavaco Silva" - 49.600
c) Tentei depois o Search.msn:"Durao Barroso" - 178.000 (sem til; com til=105.000) "Mario Soares" - 106.000 (com acento=75.900) "Jorge Sampaio" - 130.000 "Santana Lopes" - 93.000 "Cavaco Silva" - 49.700
(donde se conclui que o jornalista do Público dever ter feito a busca com acentos...)
d) Depois voltei ao Google, restringi a busca a "páginas de Portugal"(*) e lá obtive um 2º lugar para Santana."Mario Soares" - 59.218 "Durao Barroso" - 56.922 "Jorge Sampaio" - 46.127 "Santana Lopes" - 26.210 "Cavaco Silva" - 19.600
e) Finalmente, subtraindo estes números aos da alínea b), resulta a seguinte popularidade "lá fora":"Jorge Sampaio" - 64.900 "Santana Lopes" - 55.500 "Durao Barroso" - 54.400 "Mario Soares" - 49.100 "Cavaco Silva" - 30.500
Levantam-se aqui várias lebres. Passando por alto a elevada auto-estima do citado Pedro, a discrepância dos números assustou-me. Será que os números mudam significativamente dia-a-dia? Será que se ajustam conforme a pessoa que faz a consulta e as suas preferências pessoais? (não se riam, porque é o que parece acontecer com as sondagens eleitorais de empresas da especialidade...)"Durao Barroso" - 123.600 "Jorge Sampaio" - 65.100 "Mario Soares" - 56.900 "Santana Lopes" - 37.500 "Cavaco Silva" - 19.200
É claro que este indicador de "popularidade" (ou o que quer que seja que estas citações indiquem) teria que penalizar Soares e Cavaco, pois quando a internet começou a explodir entre nós, aqueles politicos já não desempenhavam cargos mediáticos. Pela mesma razão se explicam os elevados números de Durão Barroso, para além da visibilidade do actual cargo.
Porém, e para lá do anedótico desta "citometria" política, levanta-se uma questão interessante: será que o "efeito internet" tenderá a colocar na sombra políticos e acontecimentos relevantes da era pré-internética, salientando factos menores mas posteriore e, por isso, beneficiando da exposição on-line?
Par além da evidente inutilidade desta busca (só justificada pela época estival) descobri que, afinal, os motores de busca sempre têm alguma sensibilidade aos acentos das palavras, estando eu convencido do contrário.
(*) - não é equivalente a "páginas de portugueses em Portugal", mas sim a páginas alojadas em servidores portugueses; os inúmeros blogues portugueses alojados no Blogger, por exemplo, não são contabilizados com esta restrição.
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