segunda-feira, agosto 01, 2005

Polémica sobre educação


Vital Moreira, no blogue "Causa Nossa", escreveu uma pequena nota irónica, reagindo um artigo de opinião de Mário Pinto:
«Mário Pinto sugere que as escolas privadas deveriam fazer queixa contra o Estado por "concorrência desleal", por causa de este financiar as escolas públicas e não aquelas. Pela mesma ordem de ideas, as clínicas privadas deveriam fazer idêntica queixa, por causa de o Estado só financiar os hospitais públicos; e as companhias de segurança privadas deveriam também queixar-se da concorrência desleal da polícia; e os anarquistas e libertários, da concorrência desleal do Estado...»
No jornal "Público" de hoje, Mário Pinto responde com toda a artilharia - e creio que com toda a razão:
«(...) Mas há outras funções [para além das de soberania] que o Estado desempenha a título de subsidiariedade. (...) É o caso típico das funções de bem-estar do Estado-social. Nesta área, o Estado não opera para exercer um poder de soberania, mas sim para prestar serviços às liberdades e direitos fundamentais dos cidadãos, a título de subsidiariedade. Com o único fim de garantir uma igualdade de oportunidades, para que os cidadãos possam exercer as suas liberdades e ficar ao abrigo de riscos sociais evitáveis. Entra aqui o caso da educação. Nestas áreas, o Estado faz concorrência aos privados porque entra no domínio do exercício das liberdades privadas de iniciativa, pessoais e colectivas. Que dúvida? Se essa concorrência for supletiva, pela positiva e pela negativa, será virtuosa; se for monopolista, será perversa.»

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