segunda-feira, agosto 01, 2005

Otites e tergiversações (III)



Eduardo Pitta in Da Literatura:
«O ministro da Economia perdeu uma excelente oportunidade de explicar ao país as prioridades da OTA e do TGV. O artigo que ontem publicou no Expresso, «E daqui a dez anos?», foi escrito em langue de bois. Nenhum dado concreto, nenhuma sugestão de estudos prévios. Nada. Das comparações com Espanha não vale a pena falar. Como se a depressão da economia portuguesa fosse comparável com a pujança da economia espanhola. O argumento de que a Espanha terá, em 2015, dez mil quilómetros de alta velocidade, é, no mínimo, naïf. É caso para perguntar porque razão ainda não tem Madrid e Barcelona ligadas por TGV. A única linha espanhola de TGV é a que liga Madrid a Sevilha, inaugurada em 1992, por causa da feira mundial.»
AC-P in Grande Estuário:
«O "Grande Estuário" tem sobre a questão do novo aeroporto uma opinião: a haver novo aeroporto, o mesmo deverá situar-se na margem Sul do Tejo. Mas atenção: pode ser que nem venha a ser preciso! Basta, para tal, que a crise petrolífera e o terrorismo mundial continuem sem fim à vista.»
Jorge Palinhos in Blogue de Equerda (II):
«Reparei que no BdE tem havido um certo défice de debate sobre a grande questão do momento - a OTA e o TGV. Tenho de confessar que, pela minha parte, tal se deve a uma enorme falta de informação pertinente. Mas há uma questão que, por ser cada vez mais recorrente, me intrigou: os terrenos. O Paulo Gorjão, dia sim dia sim, quer saber de quem são os terrenos do futuro aeroporto. Eu não sei se tal será um argumento válido ou um mero deslize para a demagogia. Afinal, os defensores da Ota há algum tempo que esgrimem a mesma pergunta contra o aeroporto em Rio Frio.»
Pedro Martins Barata in Abrupto:
«Cada vez que ouço ou leio que não há informação sobre o Aeroporto da Ota ou que os processos são “escuros”, sinto de alguma forma que há pessoas que estão a ser ofendidas por quem do assunto não percebe. Esclareço que a Quercus na altura questionou a necessidade do novo aeroporto e conclui, com base nos dados do EIA, pela localização da Ota. Esclareço também, porque há sempre más interpretações, que não tenho nada a haver da Auditoria Ambiental do ministério em questão.»
Masson in Almocreve das Petas:
"pode o Governo s.f.f. colocar em linha os estudos sobre o aeroporto da OTA para que na sociedade portuguesa se valorize mais a 'busca de soluções' em detrimento da 'especulação'?" [JPP]

«... ou o choque tecnológico não permite traduzir, ainda, os sinais dos tempos e a necessária transparência do debate sobre o investimento e gestão dos bens públicos? Ou deve continuar a permitir-se, ainda, que anúncios tão abundantes e robustos, estudados por tamanho cabedal de ideias, restem no bolor dos gabinetes sem servir a causa pública e à mercê de cruzadas pessoais e partidárias? Afinal, o sacrifício imposto (despudoramente) aos cidadãos contribuintes, ao longo destes malfadados anos de prosápia anti-défice, não merece respeito e atenção? Será que não vos assusta a vossa indolência governativa e a vossa miséria democrática? Será!?»
Carlos Esperança in Le couchon latin:
«Ota e TGV - O regresso dos projectos é uma esperança para a economia e para a absorção de mão de obra que, de há três anos a esta parte, só vê crescer o desemprego, mas os inimigos querem reservar-lhe a maldição da barragem do Alqueva.»
Emanuel in Esquina do Mundo:
«Não posso também concordar com o argumento de que estes dois investimentos [Ota e TGV] constavam no Programa de Governo. Um Governo deve governar de acordo com a real situação de um país e não com quimeras e loucos dispêndios.
Portanto, estar no Programa de Governo não significa forçosamente que tenha de ser cumprido, especialmente no calamitoso estado em que se encontram as contas públicas.»

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