segunda-feira, maio 23, 2005

"Tudo normal"


Temos de reconhecer que a encenação da "crise do défice" está bem armada: dias e dias de expectativa, fugas de informação, anúncios oficiosos de medidas, etç; depois, à segunda-feira, o Super Constâncio vai solene ao palácio entregar a Obra (que é, recordemos, uma "previsão", especialidade de economistas); logo de seguida o "mister" das Finanças passa recibo da coisa e diz ao povo para ter calma; no dia seguinte haverá Conselho de Ministros, seguido de conferência de imprensa e, quarta-feira, o nosso Primeiro irá ao Parlamento para o anti-climax. O timing é impecável, as expectativas estão a ser bem geridas, o povo foi devidamente "sondado" através de boatos sobre sCUTs e impostos - espécie de versão pós-moderna da "consulta pública".

Enfim, "tudo normal", como dizia num anúncio um tipo que tinha passado o dia em filas de trânsito.

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