Via Marginal Revolution cheguei a este artigo onde Brad DeLong dá na cabeça de Paul Krugman, por este estar a "virar o bico ao prego", aproveitando-se da teoria de Hayek, que o próprio DeLong resume assim:
«A teoria de Hayek sobre as depressões económicas era que elas começavam quando, por qualquer razão, as taxas de juro desciam muito baixo. Se as taxas de juro estão baixas, então os valores dos activos estão altos - acima do seu valor real. Como os mercados financeiros estão a enviar sinais errados de que o capital (seja sob a forma de máquinas , organizações, edifícios ou casas) está a valer bastante, o mercado dirige-se para aquisições em sectores de produção de bens de capital.Depois de reproduzir o artigo de Krugman, DeLong aconselha-o a ter juízo, por causa deste desvio da ortodoxia keynesiana.
Um dia, todavia, as taxas de juro hão-de regressam ao seu valor real. Quando isso acontece, os valores dos activos caiem a pique: fica então claro que há muitas organizações, máquinas, estruturas comerciais e habitações que não geram valor suficiente para cobrir os seus custos.»
Krugman é de novo alvo de Brad deLong, neste post, num curioso diálogo com o VoxBaby, de Andrew Samwick, do Darthmouth College.
2 comentários:
Sou um leigo quase completo em economia e tudo o resto.
Não percebi a teoria em causa.
(Também não era suposto perceber embora a causa dos periodos de depressão económica seja algo de interessante).
A base da teoria é a seguinte: os vários agentes do mercado, agindo cada um por si, a partir das informações que recebem sobre os preços (preços dos factores produtivos, dos bens, etç) tomam decisões que, no conjunto, se revelam óptimas; segundo Hayek não existe qualquer viabilidade em tentar coordenar as decisões dos agentes económicos, com qualquer forma de planeamento económico ou intervenção do governo, etç. - porque é muita informação, sempre em mudança, sendo impossível o seu tratamento centralizado.
A condição para que os agentes económicos, funcionando no ambiente de mercado, tomem as decisões adequadas, é apenas a de que os preços devem reflectir os reais custos dos factores. Por isso estes teóricos são radicalmente contra qualquer subsídio, aos preços ou às empresas, por distorcerem as informações de mercado (inclusivamente são muito críticos de ajudas extraordinárias na sequência de catástrofes,como aconteceu recentemente com o tsunami na Ásia).
Já os keynesianos contestam que o mercado funcione com tal eficiência (embora defendam a economia de mercado) e admitem certo tipo de intervenções públicas.
Exemplo: quando se anuncia uma crise, as autoridades são tentadas a baixar as taxas de juro (política algo keynesiana) para facilitar a vida das empresas e o investimento, ou mesmo o consumo, tentando atenuar acrise e os seus efeitos. Ora os hayekianos dizem que isso vai distorcer o sistema de preços, levando os agentes económicos a tomar decisões menos eficientes, eventualmente aprofundando a crise.
Neste caso, DeLong critica Krugman, por este parecer agora aderir a um raciocínio hayekiano, quando é conhecido como um defensor da regulação económica em determinadas situações.
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