terça-feira, maio 17, 2005

Lisboa (ir)reflectida



O sr. Carrilho, que é filósofo, não deve desconhecer o significado das imagens como a do seu cartaz de campanha, que apresenta uma fotografia de "Lisboa ao contrário" - no cartaz com o Parque Eduardo VII em fundo, as colinas do Castelo e do Bairro Alto, aparecem em posições trocadas. Não se pode resolver o assunto, como ele fez, desvalorizando-o como um mero "lapso técnico" (Correio da Manhã). Imagino o que diria Carrilho se este "lapso" tivesse sido cometido por Santana Lopes...

Por outro lado, o jornal "24 horas" refere uma justificação diferente, dada por Edson Athayde, o criativo responsável pela campanha, para quem a imagem foi invertida de forma propositada por um designer, por achar que assim ficava "melhor"!...

Das duas uma: ou Carrilho pretende "inverter Lisboa" - e, nesse caso, conviria especificar como e porquê - ou teremos de ser nós a fazer a "leitura" adequada, invertendo as colinas na nossa cabeça - o que significa que também teremos de corrigir e inverter a sua sorridente imagem, ou seja, vendo o que ele é, e não o que aparenta ser.

A inversão da imagem de Lisboa corresponde ao que se veria ao espelho, como se a cidade se visse a si própria ali reflectida. Curioso efeito, para um candidato que tem sido referido pelo seu narcisismo...

2 comentários:

Anónimo disse...

Ja te topei,O meu.O teu discurso e bafiento e retrogado.

Joao Augusto Aldeia disse...

Exactamente. Tal e qual a tua argumentação.