Vitor Constâncio, governador do Banco de Portugal e, agora, também guardião do défice, anunciou a inevitabilidade de "medidas difíceis, diversas e abrangentes", a propósito de um défice orçamental que ainda não se sabe qual é mas que, perante esta farsa de ocultação/revelação velada, já colocou o país a salivar - como um bem amestrado canídeo pavloviano.
Uns salivam de prazer porque já adivinham em Sócrates o remake do filme de Durão Barroso, engolindo sapos amargos, executando o oposto do que prometera em campanha eleitoral.
Outros espumam de raiva porque voltaram a sentir as barbas a arder, assustados perante uma qualquer maldição que julgavam ter esconjurado.
Ainda não se sabe o que se vai passar - nem sequer se sabe qual a estimativa do défice - mas já há quem adivinhe medidas concretas, tais como a anulação das SCUTs; consequentemente, começa a contestação contra as portagens que ainda ninguém sabe se estão nos planos do governo.
Portanto, o palco está montado e as trupes começaram a desencaixotar os trapinhos para a commedia dell'arte desta nossa farsola política.
O que é que se há-de fazer?... Pois batam lá as pancadas de Molière e comecem a função, a ver se a gente se vai deitar cedo. Como é da praxe, desejo-vos "muita merda"!.
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