Segundo uma notícia do New Scientist, as pessoas comportam-se de modo mais altruísta quando sabem que estão a ser observadas, mesmo quando essa observação é "feita" por uma fotografia inóqua.
A experiência referida, realizada por Terry Burnham, da Universidade de Harvard, investigou o comportamento de dois grupos, interagindo com monitores de computador; a única diferença entre os grupos é que um deles tinha no ecrã a fotografia de um robô que simulava estar a olhar o utilizador, embora o utilizador soubesse que se tratava apenas de uma imagem, sem qualquer possibilidade de "ver" ou captar qualquer informação.
Mesmo assim, o grupo com o robô nos ecrãs manifestou um comportamento mais altruísta. O investigador acredita que, apesar da parte do nosso cérebro que toma as decisões saber que o robô é apenas uma imagem, os seus "olhos" desencadeiam algo mais profundo. Pode-se então manipular o comportamento altruísta com um par de olhos falsos porque partes mais antigas [ou seja, de desenvolvimento mais arcaico no processo evolutivo] do nosso cérebro não os conseguem reconhecer como falsos.
O "altruismo" ou "egoismo" não poderiam, pois, ser considerados como características inatas e automáticas, mas como elementos de um "comportamento teatral" movido quer por mecanismos conscientes, quer por mecanismos automáticos, incorporados geneticamente ao longo do processo evolutivo.
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