quinta-feira, março 10, 2005

Manuel Castells


No Público, entrevista com Manuel Castells, antigo sociólogo "de esquerda" que nos últimos anos tem desenvolvido, coordenado e divulgado investigação sobre a sociedade em rede; Castells foi um dos inspiradores da "Estratégia de Lisboa" e, sobre o respectivo andamento e admite que:
«Não se evoluiu no desenvolvimento de novas formas de organização, não se mudou a saúde, a educação, a administração. Avançou-se nas redes de comunicações, o que é muito importante porque as redes são a infra-estrutura, mas é o mais fácil de fazer. É verdade também que a coesão social se manteve, mas é bom recordar que a ideia original da "agenda de Lisboa" era precisamente que, para manter a coesão social a prazo, era necessário inovar mais e produzir mais. »
Refere, por outro lado, que o desempenho tem sido desigual em diferentes países europeus
«A Espanha foi um desastre absoluto desde o ano 2000 - não na política económica mas na política de inovação e da sociedade de informação -, e está atrasada em todos os indicadores. A Itália foi outro desastre, em termos de inovação e de modernização da administração. Temos três países grandes que não fizeram nada. A França é diferente. Está bem em termos de produtividade nas empresas, mas não na modernização da administração - que é um dos grandes objectivos de Lisboa.»
Quantos a um dos casos de sucesso, salienta:
«A Irlanda criou as bases tecnológicas, científicas e de capital humano para poder atrair as multinacionais. O problema é que elas, um dia, vão-se embora para a China ou para o Leste.»
Castells chama a ainda a tenção para um livro de Pekka Himanen e Linus Torvalds, que compara a ética hacker com a ética protestante da revolução industrial;
«Para os inovadores o trabalho é um prazer, onde o jogo e a inovação se misturam. Ganhar dinheiro é a última das suas preocupações.»
Sobre estes autores, ler aqui.

1 comentário:

João Pinto e Castro disse...

O livro do Linus Torvald é uma merda. Não percam tempo com ele: para tansos já bastei eu.