segunda-feira, fevereiro 21, 2005
Quem tudo quer...
Concordo com Marcelo Rebelo de Sousa em que a opção pelo "acordo para um entendimento pós-eleitoral", ou seja, a não-coligação PSD-CDS (cuja responsabilidade ele atribui a Paulo Portas) contribuiu decisivamente para a maioria absoluta do PS. Escrevi na altura (ver post) que a opção escolhida desencadeava o aspecto negativo das coligações (afastar os eleitores que se irritam por ver o seu partido na companhia de gente de que não gostam) sem conseguir o aspecto positivo (e seguro) proporcionado pelo método de Hondt: um maior número de deputados para o mesmo número de votos dos partidos coligados.
Portas ajudou à missa, irritando os eleitores mais sensíveis do PSD com a sua insinuação de que ele e os ministros CDS tinham sido sistematicamente melhores do que os do PSD, tanto em aspectos de governação como na gestão dos respectivos partidos.
Se o PS não tivesse tido a maioria absoluta (coisa de poucos deputados...) o panorama seria agora bem diferente para o CDS e o PSD: poderiam atacar a opção de Sampaio pela dissolução (por ter provocado maior instabilidade) e teriam maior margem de manobra para a recuperação.
O que se pode dizer da táctica de Portas é: quem tudo quer, tudo perde.
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