"Preferências e valores: como se formam e como é que afectam o comportamento" - é o programa do livro de Gary Becker, "Accounting for Tastes", de 1998 (na linha do conhecido texto que Becker e Stigler publicaram em 1977: "De Gustibus Non Est Disputandum"):
«As experiências do passado e as influências sociais formam dois tipos de stocks de capital: pessoal e social. O comportamento presente pode fazer subir o capital pessoal futuro, mas este capital também pode decair com o tempo devido a "depreciação" psicológica e fisiológica, em resultado do comportamento anterior. O stock de capital do período seguinte é igual à formação de capital pessoal do período presente mais a parcela de capital presente não depreciada.
«Esta formulação é suficientemente flexível para incluir muitos tipos de comportamento. Por exemplo, o investimento pode depender de se fumar, de ir à missa, ou de jogar tenis, porque estes tipos de consumo aumentam os stocks de capital. O abuso de crianças e outras experiências podem influenciar as escolhas de adolescentes e de adultos ao afectar a acumulação de capital desde a infância. O divórcio, o desemprego, a publicidade e outras experiências podem igualmente determinar escolhas através da influência sobre a acumulação de capital pessoal»
2 comentários:
Deixe-me ver se percebo o plano do Becker: como economistas temos de tomar, mais que tudo, os gostos como dados, exógenos, e a partir deles derivamos basicamente tudo o que há para derivar em termos de estática comparada, e com essa estática comparada explicamos os gostos? Ou seja, explicamos os resultados económicos com os gostos, e agora explicamos os gostos com os resultados económicos derivados de tomar os gostos como um dado? Isso tem um nome: tautologia. Os gatos também se costuamam enrolar nos novelos.
Assim parece. Quanto mais abrangente tenta ser uma teoria mais tautológica fica. Neste caso é inevitável, já que pretende ser uma espécie de "teoria de tudo".
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