quinta-feira, dezembro 02, 2004
É a credibilidade, estúpido!
Santana Lopes queixa-se (e queixar-se-á) de que nunca acarinharam o seu governo. É verdade: ainda antes de tomar posse já todos os líderes de opinião duvidavam das suas capacidades. Mas aí é que está o essencial da questão: para se ser governo (ou primeiro-ministro) não basta ser competente e ter vontade - é preciso que acreditem em nós. É a tão citada credibilidade.
Quando não se tem atrás de si uma forte credibilidade (nomeadamente a que é proporcionada pela escolha das urnas) não se devem aceitar cargos públicos. É por isso que certas figuras "indigitadas" para certos cargos fazem depender a sua decisão de uma ampla aceitação - a tal "vaga de fundo". Eles sabem que, em política, sem esse aval, não há competência ou vontade que chegue. Para Santana, a falta de credibilidade à partida era o sinal certo de uma demissão anunciada.
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