segunda-feira, novembro 29, 2004

Meta-teorias


Nem de propósito: o blog do Mises Institute acaba de publicar um novo texto de W. Anderson. Supostamente, tratar-se-ia de um comentário às teorias de Eduard Prescott e Finn Kydland, recentemente galadoardos com o prémio Nobel. Referindo a importância do tema, esperar-se-ia umas notas sobre o trabalho dos investigadores, mas não: Anderson limita-se a dizer que os economistas Austríacos "não concordam com tudo o que Prescott e Kydland disseram" e, sem mais justificação, dispara rotundo:
"A Escola Austríaca vê os ciclos económicos, em primeiro lugar e principalmente, como ocorrendo por causa de decisões monetárias tomadas pelos bancos centrais e outros com poder decisório na política, em oposição à introdução de novas tecnologias."
Depois de mais algumas diatribes contra Krugman (incluindo a calúnia recorrente de que o que ele quer é "tacho") lá vem a profissão de fé:
"Uma economia livre de mercado, cujos membros beneficiem de preços livres, propriedade privada e (muito) limitada interferência do governo, resultará na melhoria das condições económicas, independentemente de qual seja a situação externa."
Fica-se com a ideia de que a teoria austríaca não é essencialmente sobre a realidade económica, mas sobre outras teorias. Meta-teorias. Eis o mal do mundo: bancos centrais e "não-economistas" como Krugman. Teria tudo começado com Keynes?

Sei que a Escola Austríaca é mais do que isto - mas às vezes não parece.

Sem comentários: