quinta-feira, novembro 25, 2004

A ciência deprimente



Previsões económicas da Primavera da Comissão Europeia, para Portugal:

ImportaçõesExportações
20042,95,1
20055,66,6
Fixe. Agora as previsões do Banco de Portugal, em Setembro (via Santander):

ImportaçõesExportações
20043,85,8
20055,36,8
Ainda fixe. Mas vejam agora o que diz o IAPMEI:
"... fraco dinamismo do valor das exportações, cujo crescimento no trimestre terminado em Agosto foi de 4,7%, relativamente ao do indicador de procura externa, que no mesmo período cresceu 13,3%."
Pois é. Uma explicação possível para o disparo das importações é o crescimento do investimento (previsão de 2,75 %), particularmente nas máquinas e produtos metálicos (previsão de 10%); Paul Krugman e os amigos, no tal estudo que realizaram em Portugal em 1976, já tinham chamado a atenção para este efeito. O pior é que as importações de bens de consumo cresceram igualmente, no 1º semestre de 2004, acima de 10%. Concordo com o Banco Santander: trata-se de uma "evolução preocupante, porque insustentável a prazo".

Quanto ao défice, regressemos às optimistas previsões da Comissão Europeia:
"Relativamente a 2005, a previsão para o défice público baseia-se na legislação actualmente em vigor (pressuposto de que “as políticas adoptadas serão mantidas”). Segundo as projecções, o défice deverá aumentar para 3,8% do PIB, reflectindo a persistência de um significativo desvio negativo do produto e a eliminação de todas as medidas extraordinárias."

Sem comentários: