Parece que as Universidades inglesas estão a fazer perguntas estranhas aos candidatos a caloiros. Segundo uma notícia do Times, em Oxford colocaram esta questão: "Perante três belas mulheres, totalmente despidas à sua frente, qual delas escolheria? Isto tem alguma relevância para a Economia?"
Pode ser que a pergunta nada tenha a ver com o tema da Economia e seja apenas um daqueles truques dos psicólogos para avaliar características pessoais, colocando os indivíduos perante opções inesperadas. O Times sugere que pode ser um preciosismo imposto pela necessidade de escolher os melhores entre um crescente número de candidatos.
Já o blog Stumbling and Mumbling opta por elaborar a sua própria resposta em 6 pontos (um deles reproduzido na caixa de baixo), originando uma interessante sequência de comentários, alguns deles preocupados com o facto de não se tratar de uma pergunta uni-sexo. Num desses comentários diz-se: "A vantagem de fazer perguntas estranhas é que testam a tua capacidade para respostas rápidas e para ressaltar o conhecimento que tens para pensar criativamente e responder a uma pergunta que nunca te tinha sido feita antes. Não sei até que ponto a escola pode ensinar as pessoas a fazer isso, ou talvez apenas encorajá-las nesse sentido".
«Talvez a "preferência colectiva" não exista. Por exemplo, perante a escolha entre Kate Moss, Kathy Sykes e Kelly Brook, a minha opção é: 1 = Kathy, 2 = Kelly, 3 = Kate. A escolha de um dos meus colegas é: 1 = Kate, 2 = Kathy, 3 = Kelly. E um outro colega: 1 = Kelly, 2 = Kate, 3 = Kathy.
Portanto, quem é que preferimos, colectivamente? É impossível dizer com segurança, a menos que possamos medir as nossas preferências interpessoais, de modo a avaliar se a minha preferência por Kathy relativamente a Kelly é mais forte do que a preferência do meu colega por Kelly relativamente a Kathy. Se não pudermos fazer isto — ou seja, se o utilitarismo cru não se aplicar — então estamos no mundo do teorema da impossibilidade de Arrow. Isto mostra que a escolha social não é essa coisa simples que os políticos por vezes apregoam.»
2 comentários:
Estas perguntas talvez não sejam assim tão estranhas. A da área que me está mais próxima - bioquímica M. e C. faz todo o sentido e um candidato a tal licenciatura deve saber a resposta caso contrário estará provavelmente a candidatar-se à licenciatura errada.
O cabelo é uma proteína. Quando se faz uma permanente ao cabelo usa-se um liquido rico em enxofre que vai promover a quebra das ligações disulfureto existentes e refaze-las noutras posições. Ao retirar o liquido o cabelo vai ficar com a forma que lhe demos na altura em que lá se colocou o liquido (pode ser caracois ou liso).
Quando às respostas das outras áreas sei a de física que também me parece trivial para um candidato a física. Na ausência de gravidade , não há transporte convectivo nem difusivo de oxigénio para junto da chama da vela nem dos produtos de combustão para longe da chama da vela- logo não se consegue alimentar a combustão.
Estas perguntas são de resposta directa, mas as restantes do grupo são perguntas abertas que permitem dissertar sobre o tema- Provavelmente o objectivo das perguntas é mesmo esse, permitir dissertar sobre o assunto para ver se o candidato consegue falar sobre a àrea a que se candidata deixando-lhe liberdade para puxar a resposta para uma subárea que lhe interessa ou na qual tem conhecimentos. Pode dizer-se um milhão de coisas diferentes sobre cascas de árvore ou a quantidade de água de uma vaca.
A pergunta de economia parece-me muito interessante, mas eu pessoalmente não consigo dar uma resposta que se encaixe em teorias económicas.
Bem observado. Quanto à Economia, a literatura sobre "mercados de casamento" já é muito extensa. Uma busca no Google sobre "marriage market" fornece mais de 200 mil links — e "marriage markets" outros 40 mil.
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