sábado, novembro 25, 2006

Milton Friedman (1912-2006)


Milton Friedman: capa da revista Time em Dezembro de 1969

Entrevista de Milton Friedman ao
New Perspectives Quarterly (Primavera de 2006>:
NPQ | Você já viu muita coisa na sua longa vida e tem pensado sobre os grandes temas. O que é que lhe passa pela cabeça nestes dias?

Friedman | O grande assunto é saber se os EUA terão sucesso na sua empresa de reformatar o Médio Oriente. Não é claro para mim se o uso de força militar é o modo de o fazer. Não deveríamos ter ido para o Iraque. Mas fomos. Neste momento, portanto, o que importa mais é garantir que esse esforço seja completado de modo satisfatório. (...)

NPQ | A designada "velha Europa" da França, Alemanha e Itália, tem estagnado com elevados níveis de desemprego. A Alemanha - um dos últimos bastiões do estado social keynesiano da Guerra Fria - tem agora um líder conservador, Angela Merkel. O que deverá ser feito para colocar a Alemanha, e por extensão a velha Europa, de novo nos carris?

Friedman | Deveriam todos imitar Margaret Thatcher e Ronald Reagan; mercados livres, em resumo. O problema da Alemanha, em parte, foi que entrou para o euro com uma taxa de câmbio errada, que sobrevalorizou o marco alemão. Temos portanto uma situação na zona euro onde a Irlanda tem inflação e rápida expansão, enquanto que a Alemanha e a França encalharam e tiveram as dificuldades do ajustamento.
   O euro vai ser uma fonte de problemas e não de ajuda. O euro não tem precedentes. Tanto quanto sei, nunca houve uma união monetária, com uma moeda comum, composta de estados independentes. Houve uniões baseadas no ouro ou na prata, mas não numa moeda corrente - moeda que tende a inflacionar - criada por entidades políticas independentes.

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