«A obra de Edmund Phelps aprofundou a nossa compreensão acerca da relação entre os efeitos de curto prazo e de longo prazo das políticas económicas.
«Desemprego e inflação baixos são objectivos centrais das políticas de estabilização económica. Durante os anos 1950 e 1960 foi estabelecida a visão de um tradeoff estável entre inflação e desemprego: a denominada Curva de Phillips. Segundo ela, o preço a pagar para ter desemprego baixo seria um acréscimo pontual da taxa de inflação. Phelps contestou esta asserção através de uma análise mais fundamental da determinação de preços e salários, levando em consideração os problemas da inflação nas economias. Os agentes individuais possuem um conhecimento incompleto acerca das acções dos outros e devem basear as suas decisões em expectativas. Phelps formulou a hipótese da curva de Phillips aumentada pelas expectativas , segundo a qual a inflação depende tanto do desemprego como das expectativas acerca da inflação.
«Como consequência, a taxa de desemprego de longo prazo não é afectada pela inflação, mas determinada apenas pelo funcionamento do mercado de trabalho. Decorre daqui que as políticas de estabilização apenas podem provocar flutuações de curto prazo no desemprego. Phelps mostrou como as possibilidades das futuras políticas de estabilização dependem das decisões políticas do presente: baixa inflação na actualidade conduz a expectativas de baixa inflação no futuro, facilitando assim as políticas futuras.
«Um outro tema onde os tradeoffs intertemporais têm uma importância central tem a ver com a desejável taxa de formação de capital. Ao trocar consumo por investimento em capital físico e humano (educação e investigação), a geração actual pode aumentar o bem-estar das gerações futuras. Phelps clarificou possíveis conflitos de repartição entre gerações. Ele mostrou igualmente que todas as gerações podem, sob certas condições, obter ganhos de mudanças nas taxas de poupança. Phelps foi também pioneiro na análise da importância do capital humano para a difusão de novas tecnologias e, portanto, para o crescimento.»
Nota de imprensa do Prémio do
Sveriges Riksbank em Ciências Económicas
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