Paul Kruman, num artigo para o New York Times de Maio passado: "Always Low Wages. Always" [1]: |
«Na semana passada a Standard and Poor's, uma agência financeira, baixou a cotação dos títulos da Ford e da General Motors para um nível miserável, o que significa que encontra um risco significativo em as empresas virem a ser incapazes de pagar as suas dívidas.
Bem: não chorem pelos detentores dos títulos. Mas chorem pelos trabalhadores.
A Standard and Poor's antecipou-se a desvalorizar a G.M. e a Ford porque acredita que os consumidores estão a perder interesse nos SUVs. Mas as empresas encontram-se vulneráveis porque ainda pagam salários decentes e oferecem boas regalias, numa época em que cuidar dos funcionários passou de moda. Especificamente, estas empresas suportam um encargo pelos custos de saúde dos trabalhadores activos e reformados, que na G.M. representa cerca de 1.500 dólares por veículo.
Este facto faz-nos recordar quão longe estamos do tempo em que os americanos que trabalhavam duro podiam contar com um razoável grau de segurança económica.
Em 1968, quando a General Motors era um ícone bastante venerado na América, muitos dos seus trabalhadores eram-no para toda a vida. Em média, ganhavam 29 mil dólares por ano (a preços de hoje), um sólido rendimento de classe-média nessa altura. Também beneficiavam de generosos apoios de assistência médica e reforma. Desde então, a América tornou-se muito mais rica, mas os americanos ficaram muito menos seguros.
Hoje a Wal-Mart é a maior empresa americana. Tal como a G.M. noutros tempos, tornou-se num icone americano muito venerado.Mas as semelhanças ficam por aí. O trabalhador médio da Wal-Mart, a tempo inteiro, recebe apenas 17 mil dólares por ano. O plano de saúde da empresa abrange apenas metade dos trabalhadores. (...) e poucos deles ocuparão a sua vida activa na empresa: mais de 40 % sai da empresa em cada ano..»
[1] - Jogo de palavras com o conhecido slogan da Wal Mart: |
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