A NewsHour inclui um artigo sobre o estudo do funcionamento do cérebro e as possíveis consequências para a teoria económica:
«Os economistas usualmente partem da permissa de que os humanos estão à altura de escolher os investimentos adequados, sejam eles a aquisição de CDs, acções e obrigações, imobiliário ou seguros. Mas quando vemos a forma como estes investimentos nos são vendidos, começamos a pensar se, (...) quando chega a altura de tomar decisões financeiras, não estaremos a ser movidos por impulsos mais primitivos»É citado o livro de Terry Burnham , "Mean Markets and Lizard Brains", onde se coloca a hipótese de estarmos a ser guiados por uma parte mais primitiva do nosso cérebo (usualmente designado como o "cérebro reptiliano") em vez do cortex mais evoluído, onde se localizam as funções do pensamento racional.
O artigo cita depois recentes experiências do "National Institutes of Health", onde algumas pessoas servindo de cobaias participam num jogo de simulação de decisões de investimento, enquanto os investigadores observam imagens do funcionamento do respectivo cérebro, detectando actividade quer no cortex pré-frontal quer no "cérebro reptiliano", procurando descobrir em que situações domina uma ou outra das zonas referidas.
Estas investigações apoiam-se na teoria do "cérebro reptiliano", ou do "cérebro triuno", articulação entre "três cérebros": um cérebro mais primitivo (ou "reptiliano", associado aos comportamentos de auto-preservação e agressão), o sistema límbico (emoções) e o neocortex (tarefas intelectuais, pensamento racional). [ Ver imagem ]. Um texto mais fundamentado sobre o ponto de situação destas investigações pode ser consultado, em português, aqui.
O suplemento da revista Xis, distribuída com o jornal Público de hoje, inclui um artigo sobre a "inteligência", com um pequeno depoimento do Professor Alexandre Castro-Caldas, onde a certa altura lhe perguntam acerca dos testes de "inteligência emocional" que estão em moda nas empresas, ao que ele responde, com algum cepticismo:
«Criaram-se baterias de provas e de testes para dizer que uma pessoa é muito inteligente emocionalmente. Isso vende-se enormemente nas empresas. Eu tenho muita dificuldade em entender que se cristalize um conceito desses.»
2 comentários:
Sou um leitor assíduo do seu blogue que considero muito bom. Nele tomei conhecimento, pela primeira vez, da neuroeconomia.
Só um reparo, parece-me que está a dar muita música aos seus leitores.
Muito obrigado.
Sim, é verdade; às vezes parece-me que se vai gradualmente transformando num blogue musical.
Obrigado pelo seu comentário
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