terça-feira, abril 05, 2005

Ministra relativista ?


Ontem o primeiro-ministro e a ministra da Educação visitaram a Escola Básica 2+3 Matilde Rosa Araújo, em São Domingos de Rana; Maria de Lurdes Rodrigues disse que, neste momento, o Governo não está "em condições" de avaliar as virtudes e os defeitos dos exames do 9º ano.

No entanto o DN dá o seguinte título à notícia, que não aprece reflectir exactamente o conteúdo: "Governo admite extinguir exames do 9.º ano em 2006". O DN cita depois uma "fonte oficial do gabinete da ministra da Educação", que admitiu que "todas as hipóteses estão em aberto", ressalvando que "nenhuma decisão está tomada". Mas segundo o DN, o próprio discurso da ministra demonstra a sua clara intenção de mexer rapidamente neste dossier.

Este assunto é preocupante, nomeadamente devido a estas declarações da ministra, relativizando a importância dos exames provas na avaliação dos conhecimentos dos alunos:
«Os exames são uma única peça num sistema de avaliação que tem que ser um pouco mais vasto", considerou. "É preciso ter consciência de que avaliam apenas uma parte das capacidades. Não avaliam coisas como a oralidade e o saber fazer das crianças. Têm um lugar importante, mas limitado.»
A relavitização do processo de aprendizagem e a ideia de que nele a memorização tem um papel secundário (ou nulo) foi uma invenção pós-25 de Abril, inspirada nas locubrações hippies e "soixante-huitards" da década anterior, que muito contribuiram para a degradação do nosso ensino. A ideia de que a aprendizagem teria de ser mais orgânica e mais "agradável", resultou na famigerada "avaliação contínua" que, apesar das boas intenções, contribuiu para a degradação do nosso sistema de transmissão de conhecimentos.

A notícia é de Pedro Sousa Tavares no Diário de Notícias.

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