Um dos temas quentes da modernização administrativa é o uso de Sistemas de Informação Geográfica aliados à Internet, para intensificar a participação dos cidadãos nos processos de planeamento; isto é usualmente identificado pela sigla PP-GIS (Public Participatory Geographic Information Systems; em português: PP-SIG). Com alguma presunção estes processos têm sido designados como "ciber-democracia". Em português encontramos uma apresentação sumária do assunto nesta página académica da Universidade Nova de Lisboa, onde se cita um aforismo que, traduzido para português, daria:
Diz-me e eu esquecerei. Mostra-me e eu recordarei. Faz-me participar e eu compreenderei. |
Um dos casos pioneiros neste domínio foi o da localidade de Slaithwaite, em Inglaterra. Outro exemplo foi desenvolvido na África do Sul com o apoio do gabinete em York do Stockholm Environment Institute. Outra apresentação deste assunto encontra-se neste artigo de 3 investigadores da Universidade Ben-Gurion, relativo ao bairro de Shapira em Tel-Aviv.
Nas lusas terras temos este exemplo de Ponte de Lima e este no Alqueva.
Mas apesar das potencialidades e poder sedutor desta ciber-democracia o processo não parece ter produzido ainda os frutos prometidos: fraca participação dos potenciais interessados, desequilíbrio no acesso por parte de diferentes grupos, etç.
Alenka Krek escreveu recentemente este artigo com uma análise teórica, do posto de vista das escolhas racionais e com recurso à teoria dos jogos, sobre as vantagens de participação dos cidadãos nestes sistems PP-GIS, colocando a hipótese de que os custos de aprendizagem deste processo são superiores aos ganhos previsíveis, o que poderia explicar a fraca adesão. Outra reflexão reporta-se à região americana de Milwaukee.
No artigo de Alenka Krek encontra-se o rebarbativo conceito de "ignorância racional" que, só por si, daria para um desenvolvido post. Imaginem só: "a vantagem de ser ignorante". Estes economistas inventam cada coisa!...
Sem comentários:
Enviar um comentário