Neste início de mandato governativo, certamente que tem actualidade a questão do estabelecimento de um contrato óptimo entre o eleitorado e o governo para garantir que este actue de acordo com os reais interesses da sociedade. Formulando a sua análise em torno da Curva de Phillips (que eu julgava já morta entre os académicos) e com base na Teoria da Agência, António Caleiro, da Universidade de Évora, elaborou o trabalho "Economic Policies and Elections: A principal-agent point of view", que pode ser lido aqui.
Cito um pouco deste texto [tradução minha]:
«Existem pelo menos, 3 razões pelas quais as políticas económicas induzidas eleitoralmente podem ser prejudiciais para o sistema de segurança social:
1. O governo oportunista considera um horizonte temporal finito, usualmente o dia das eleições, enquanto que a sociedade deveria considerar um horizonte temporar infinito;
2. Os períodos de desconto temporal são diferentes: enquanto que para a sociedade os períodos futuros deveriam ser menos importante do que os presentes, não é isto que se passa com um governo oportunista, para quem os momentos futuros, i.e., próximos do dia das eleições, são mais vitais do que os momentos presentes, por forma a explorar o decaimento da memória dos votantes;
3. A função de votação pode não reflectir exactamente a preferências sociais (relativas).»
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