terça-feira, janeiro 04, 2005

Massa crítica



O ... blogo existo chama a atenção para o artigo A Massa Crítica nas Universidades, na edição de hoje do Público, escrito por um estudante de doutoramento da Universidade de Harvard, onde se utiliza repetidamente a expressão "massa crítica" como sinónimo de "sentido crítico".

Trata-se de um erro. Como justamente refere o ... blogo existo, «massa crítica [na física nuclear] é a quantidade mínima de material fissível necessária para que se possa manter por si mesma uma reacção em cadeia de fissões nucleares. Por extensão, a expressão é também utilizada em situações em que só a partir de um patamar mínimo é possível atingir resultados satisfatórios e auto-sustentáveis.»

Curiosamente, existe um movimento popular de ciclistas que, em certos dias e sem licença das autoridades, circulam calmamente pelas ruas das cidades, confrontando e agravando os problemas de trânsito. Trata-se de uma forma de protesto com o objectivo de afirmar o direito ao uso do espaço público pelos cidadãos, já que esse direito é negado pelo fluxo automóvel e pelas politicas de trânsito das cidades. O movimento teve início nos EUA, e creio que em Lisboa também se tem feito (todas as últimas sextas-feiras de cada mês ?)

Pois bem: este movimento também se designa "massa crítica" e a explicação é curiosa; em países como a China, onde a quantidade de biciletas é avassaladora, e em cidades e cruzamentos onde não há semáforos, os ciclistas param, incapazes de fazer frente ao fluxo automóvel; vão-se acumulando ali até ao ponto em que o seu número é tão grande (ou seja, até que se atinge a "massa crítica") que a onda de bicicletas consegue furar o fluxo motorizado.

Uma apresentação do movimento ciclista "massa crítica" pode ser encontrado aqui; links para diversas cidades do mundo encontram-se aqui; o equivalente luso encontra-se aqui.

1 comentário:

Anónimo disse...

Na indústria seguradora também existe esse conceito e é, entre outros, o que faz com que o custo de um seguro individual seja muito mais elevado do que a adesão a um seguro de grupo que, ao "arrancar", segundo determinados cálculos e prévios requisitos (como seja o estabelecimento de um número mínimo de aderentes), já tem a "massa crítica" garantida, embora, ainda nos "castiguem" com os denominados "períodos de carência", que acabam por ser, também, uma forma indirecta, de amenizar a tal "massa". A favor de quem, nem é preciso dizer...
DespenteadaMental