Daniel Bessa foi ministro (da Indústria) por pouco tempo, num dos governos de Guterres; a certa altura disse que a política que ele próprio estava a definir não seria muito diferente da que seria aplicada por um governo do PSD. Tal declaração, se é muito normal num âbito de análise puramente económica (não há leis económicas diferentes para partidos diferentes...) caíu muito mal em termos políticos. Politicamente os partidos têm de estar sempre a afirmar as suas diferenças mesmo que, do ponto de vista científico ou do simples bom-senso, tal diferenciação não faça sentido. Uma das maiores "qualidades" que se pede a um dos nossos actuais políticos é essa ginática verbal necessária para "mostrar" uma política "diferente", ainda que tal seja feito com recurso a aspectos secundários ou a simples jogos de palavras.
Bem, mas o caso de hoje é para referir que Daniel Bessa dá uma interessante entrevista ao Público, com alguma ideias a reter:
«A verdade é que os melhores períodos da economia portuguesa estão ligados ao investimento estrangeiro. E não falo só da Autoeuropa, que muito contribuiu para termos hoje na área automóvel um valor acrescentado superior à do têxtil.»
«Portugal esteve na moda e passou de moda. [em termos de investimento estrangeiro]»
«A economia portuguesa precisa de liberalização, o que não é fácil de dizer para o interior do PS.»
«A área mais difícil do país é uma área que está situada algures entre o litoral e o interior mais profundo. A zona do Tâmega, o Pinhal Interior. (...) É um buraco negro no centro do país. Até os resultados escolares são catastróficos porque nada em volta valoriza a escola.»
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