quinta-feira, dezembro 23, 2004

Política de lixo, lixo de política


O actual governo parece apostado em cumprir todo o catálogo de monstruosidades da política: agora foi o ministro do Ambiente que ameaçou demitir-se, forçando o Primeiro Ministro a declarar publicamente a sua confiança. E tudo isto foi sendo divulgado, em tempo real, para a imprensa.

Não parece haver dúvida de que é a próxima campanha eleitoral que está por detrás desta coreografia política. O principal candidato da oposição - José Sócrates - tem para apresentar como trunfo a sua passagem pelo Ministério do Ambiente, embora com o "percalço" do forte movimento de rejeição da co-incineração. O tema do tratamento dos lixos está por isso a transformar-se no leit motiv da pré-campanha eleitoral.

Nobre Guedes tem-se desmultiplicado em acções de confrontação virtual com José Sócrates - aconteceu por exemplo na semana passada no acto de assinatura da Simarsul (empresa pública para as infraestruturas de saneamento da Península de Setúbal). O discurso de Nobre Guedes concentrou-se na comparação daquilo que ele fez no Ministério do Ambiente versus o-que-Sócrates-não-fez. Diversos autarcas da margem sul ponderaram abandonar a cerimónia, tendo sido demovidos pela Governadora Civil, do PSD, que também parece não ter achado graça ao discurso.

A dinâmica eleitoralista de Nobre Guedes constitui uma ameaça para o próprio Santana Lopes ao tentar posicionar-se como o opositor privilegiado de Sócrates. Percebe-se, por isso, que o PM tente controlar as iniciativas de Guedes. Mas, neste caso e mais uma vez, o CDS roubou pontos ao PSD.

1 comentário:

Bilder disse...

As possíveis causas da nova desordem mundial no meu blog.Todos apontamos aos políticos que são a face visivel do poder,mas então e a face oculta?Enquanto não forem expostos os verdadeiros poderosos não vamos a lado nenhum...ou melhor,vamos sim,para o precipício!