quinta-feira, julho 08, 2004

Retoma? Mas qual retoma?

É oficial: Vitor Constâncio garante que a retoma se está a dar pelo lado da procura interna, precisamente o tipo de retoma que se considerava indesejável. Diz o Governador do Banco de Portugal que é uma consequência do futebolístico Euro 2004: crescem o Consumo e o Investimento.

Que dirão agora os defensores da maioria que tão ardentemente defenderam a política de "sacrifícios" explicando que essa era a via certa para a única recuperação saudável? Ou seja: sobretudo teria de se evitar que a procura interna aumentasse antes da externa.

Mal no retrato ficam igualmente os socialista e bloquistas, que garantiam que as medidas do governo cessante iriam paralizar o país. Ou seja: há argumentos para todos e para que a confusão se perpetue - no país onde ninguém se engana e todos têm razão.

Temendo-se que o nível de endividamento se encontre positivamente associado com a perda de flexibilidade da economia, esta retoma pode não ser uma boa notícia.

Sem comentários: