terça-feira, janeiro 04, 2005

A valsa dos impostos...


Diário de Notícias: "Manuel Pinho diz que PS não planeia aumento do IVA. José Sócrates, por seu lado, lembra que não há margem para baixar os impostos."

Diário de Notícias: Miguel Frasquilho promete que PSD irá baixar impostos: «qualquer governo do PSD baixará a carga fiscal, uma vez que o contrário é errado».

Jornal de Negócios: "A maioria dos economistas contactados pelo Jornal de Negócios mostrou-se contrária à possibilidade de novas mexidas de impostos em Portugal no próximo ano."

Jornal de Notícias: "Os economistas dividem-se quanto a uma eventual subida da taxa máxima do IVA para 20%, este ano. Por um lado, há quem defenda que os cerca de 250 milhões de euros decorrentes do aumento do imposto em 1% seriam uma boa forma de contornar o recurso sistemático a receitas extraordinárias."

2 comentários:

Anónimo disse...

Não percebo nada de Economia, mas, pelo que vou lendo e sofrendo, fico sempre com a sensação de que ela se presta a cobrir soluções muito diversas para o mesmo problema, dependendo, de quem a aplica e, sobretudo, da visão social que cada aplicador.
Chego a pensar que, mais do que uma ciência, é uma desculpa ou, no mínimo, uma vítima, por difamação.
Desculpe as possíveis barbaridades, mas é o que sou levada a pensar/sentir.
Abraço,
DespenteadaMental

Joao Augusto Aldeia disse...

Algumas respostas:

- quando não estão ao serviço de algum partido ou governo (onde as questões políticas e eleitorais prevalecem) os economistas costumam estar de acordo quanto à maioria das medidas;

- a política não é uma questão meramente técnica; por exemplo: aumentar ou não os impostos (ou quais aumentar) tem, para além dos efeitos meramente económicos, reflexos noutros aspectos da vida das pessoas, e costuma ser aí que existe discordância; ninguém discorda que, se aumentássemos os horários de trabalho, muitos dos nossos problemas económicos seriam rapidamente resolvidos. Mas quem propõe tal coisa?...

- os políticos, ao contrário do que dizem, nunca são totalmente sinceros (é um pouco como todos nós na nossa vida; se exprimissemos tudo o que efectivamente pensamos ficaríamos muito chatos e agressivos); na política, ainda mais por causa de um mecanismo perverso: notícias muito deprimentes ainda contribuem para agravar mais os problemas;

- o país, nos últimos anos e no essencial, tem melhorado continuamente; esta ideia de que estamos sempre em crise é um tanto exagerada - veja-se o ponto de vista de Eduardo Lourenço em:
http://puraeconomia.blogspot.com/2005/01/o-libi-da-depresso-nacional.html

Esses economistas referidos, e outros (como Hernani Lopes) ajudaram bastante a esse progresso comos seus conhecimentos técnicos, tal como o fizeram ministros de outras áreas;

- Ou seja (e por isso é escrevi o post inicial), em campanha eleitoral faz-se tudo para criar diferenciação entre os partidos e os candidatos, exagerando o que é mau e o que é bom conforme as conveniências; esse, sim, é um espectáculo triste; não é coisa de economistas, advogados ou engenheiros: mas sim de políticos (onde se incluem cromos de todas as profissões).