tag:blogger.com,1999:blog-75485472024-03-23T11:14:40.015-07:00Pura EconomiaJoao Augusto Aldeiahttp://www.blogger.com/profile/01123468247310036922noreply@blogger.comBlogger1451125tag:blogger.com,1999:blog-7548547.post-55090463203838084222010-07-15T07:56:00.000-07:002010-07-15T08:22:56.099-07:00Surreal<center><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnn6ndrIe7PMxct-MVhJuuR06HihSVk4_3I1VWOiK0yE4stQw3jLzQwUxOcPS_KxSXsWMr2j5CY2d9ZJo-p56b0kr-twZcCj2pOuATwCgsrB61cs6O-AnDBESGpHRugNRgcwU0/s1600/mercados.PNG"><img style="cursor:pointer; cursor:hand;width: 322px; height: 357px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnn6ndrIe7PMxct-MVhJuuR06HihSVk4_3I1VWOiK0yE4stQw3jLzQwUxOcPS_KxSXsWMr2j5CY2d9ZJo-p56b0kr-twZcCj2pOuATwCgsrB61cs6O-AnDBESGpHRugNRgcwU0/s400/mercados.PNG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5494147419621890562" /></a></center><br />Com um extraordinário sentido de oportunidade, numa altura em que demasiadas famílias não conseguem sequer ter comer para se alimentar no dia a dia, o ministro da Agricultura lembrou-se de aconselhar or portugueses a atafulhar as despensas. Parece que são ordens da NATO, transmitidas pelo sr. ministro com uma impressionante clareza de ideias e fluidez discursiva:<blockquote>«<b>Esta iniciativa insere-se na preocupação que um país deve ter com a sua segurança nacional. Os países que integram a NATO têm a obrigação de se organizar sectorialmente em matéria de resposta em casos de acontecimentos naturais, de catástrofes, ou outras situações de natureza civil, que obriguem a que cada Estado faça activar todas as autoridades de protecção às populações. Para que isso aconteça tem que haver planeamento. Portugal, normalmente, as pessoas, os portugueses, nós não gostamos muito de planear, achamos que o improviso resolve todo o problema, e nesta matéria nunca planeámos, em termos de emergência alimentar, achámos sempre que à ultima hora se resolvia.</b>»</blockquote>Notícia e video no <a href="http://aeiou.expresso.pt/e-se-chegar-ao-supermercado-as-prateleiras-estiverem-vazias=f593816">Expresso</a>Joao Augusto Aldeiahttp://www.blogger.com/profile/01123468247310036922noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7548547.post-17729495195983035752010-07-14T08:35:00.000-07:002010-07-15T09:05:35.051-07:00Subtilezas<img width=200 align=left hspace=7 src="http://mediaserver.rr.pt/newrr/vera-jardim6446190b_630x354.jpg" border="0" alt="" /> Vera Jardim, provedor da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo, numa primeira reacção à falência da empresa Marsans, não teve papas na língua: tratava-se, sem qualquer dúvida, de um <b><u>caso de polícia</u></b>. Claro: empresa espanhola, falida...<br /> Posteriormente foi noticiado que a caução dada pela empresa não apresentava o valor mínimo, matéria que apontava responsabilidades para uma agência governamental: o Turismo de Portugal; veja-se a subtileza da reacção do sr. provedor a este desenvolvimento: «O Turismo de Portugal, que recebeu essa informação, devia ter revisto essa situação. <b><u>Há que actuar com mais precaução</u></b> nesta matéria»...<br /> E porque não enviar também a polícia ao Turismo de Portugal? Note-se: a empresa fez uma caução de apenas 25 mil euros, quando devia ter pago 250 mil euros, o equivalente à venda de pacotes turísticos de 10 milhões de euros. Não haverá responsabilidade do Estado por ter deixado que a empresa continuasse a fazer negócio sem cumprimento das exigências legais?<br /><br /> Dando cumprimento a esta subtil arte de alijar responsabilidades, o <a href="http://www.turismodeportugal.pt/Portugu%C3%AAs/turismodeportugal/destaque/Pages/esclarecimentomarsans.aspx">Turismo de Portugal</a> "explica" no seu site porque é que, na sua opinião, a caução minuscula feita pela Marsans está legal: «A caução da Marsans Lusitânia encontra-se válida e tem um montante de 25.000 euros, uma vez que a Marsans, no período relevante para o cálculo da caução, de acordo com informação do TOC da empresa, não vendeu viagens organizadas efectuadas pela agência, mas terá vendido apenas viagens organizadas por outras agências ou operadores.» <br /> Então e onde estão as cauções dessas outras agências?Joao Augusto Aldeiahttp://www.blogger.com/profile/01123468247310036922noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7548547.post-41246030080680831802010-06-30T06:55:00.000-07:002010-06-30T07:03:54.180-07:00Dívida pública<center><img border=0 src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2al-8FmfIrg2I-A9iPzLIqICEn9MxGYlPzyIYiL7oViNVpFw2bZenqY3b-eHEOhJ2SxJ5tJSbOSSeoTNTtAx1KZy-ShafmDIswfMb31JTo9n6t6ihVVVyBdviRRHC-xhnkKa1/s400/A+Vanguarda_23Ago1896_divida_publica.PNG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5488565331320061282" /></center><p align=right><br />Jornal republicano <i>A Vanguarda</i><br />23 de Agosto de 1895</P>Joao Augusto Aldeiahttp://www.blogger.com/profile/01123468247310036922noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7548547.post-70904117358368232012010-06-30T06:13:00.000-07:002010-06-30T06:31:46.619-07:00"Também tu, Belmiro?"<table border=0 width=100%><tr><td align=right><img style="cursor:pointer; border:0; cursor:hand;width: 278px; height: 86px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgklmoCFuUCSmbIdF56r45CCd6qmfeXdmxhJ7LTpCvdXm97-p20PBz14ZWQ93XaK1SYwXQcIVP41BGdVde2Nv8bLrJznjes89IyrXlrozLUAeeY3ys0P1dACQS_4gZwoIlQ5hfr/s400/Belmiro.PNG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5488558740039523810" /></td></tr></table><table border=0 cellpadding=7><tr><td bgcolor=wheat>"É muito difícil haver outra oportunidade para vender como esta. Há muitos accionistas que têm dificuldades de tesouraria, como é sabido, só não vendem se alguém lhes comprar fora do regime da oferta".<br /></td></tr></table><p align=right>Belmiro de Azevedo<br /> referindo-se à proposta da Telefónica <br />para compra da Vivo à PT.</p>Joao Augusto Aldeiahttp://www.blogger.com/profile/01123468247310036922noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7548547.post-79597161680554638182010-05-14T12:03:00.001-07:002010-05-14T12:09:17.726-07:00<center><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoNNmjHSog5_2h7Sb_E_cW53sGBiujTyG1-IyL4tlHBU4q7bxiBPzQYuiVuO08_Nisvpso_dPKJ-jJNBmjMXKWHV1FqvZvaaQA2RcEsWEI45yu9RZjH-Z272xonb3WpizfKhYX/s1600/Saldanha_Sanches.PNG"><img style="display:block; margin:0px auto 0px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 156px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoNNmjHSog5_2h7Sb_E_cW53sGBiujTyG1-IyL4tlHBU4q7bxiBPzQYuiVuO08_Nisvpso_dPKJ-jJNBmjMXKWHV1FqvZvaaQA2RcEsWEI45yu9RZjH-Z272xonb3WpizfKhYX/s400/Saldanha_Sanches.PNG" border="0" alt="Saldanha Sanches"id="BLOGGER_PHOTO_ID_5471193644787368274" /></a><table border=0 cellpadding=7><tr><td align=left valign=top>Saldanha Sanches: um velho amigo que nos deixa. Longos anos de luta contra o regime salazarista/marcelista, e longos anos de prisão. Tinha também um grande sentido de humor e um espírito saudavelmente anárquico, que o levava a desvalorizar o perigo de ser preso e torturado, como foi, por várias vezes: desprezava a polícia política a ponto de nem sequer a recear.<center>— <a href="http://www.saldanhasanches.pt/conteudos/index.html">blog</a> —</center></table></center>Joao Augusto Aldeiahttp://www.blogger.com/profile/01123468247310036922noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7548547.post-48745891399338330042009-12-13T12:06:00.000-08:002009-12-13T12:19:40.777-08:00<br><br><b>Faleceu Paul Samuelson</b><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgckPJHXZKsNgzzuWFxntFzqWEITkylTLG1v3MZfq00s5_zGfBorNze_iMNYanHBt_jO75-MQSwQU88rxlV4q9oqUKATvDkgWx-dKK9veBYlJ7g0JGIrVbpx67_PYW4PfaevFva/s1600-h/samuelson.png"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 275px; height: 230px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgckPJHXZKsNgzzuWFxntFzqWEITkylTLG1v3MZfq00s5_zGfBorNze_iMNYanHBt_jO75-MQSwQU88rxlV4q9oqUKATvDkgWx-dKK9veBYlJ7g0JGIrVbpx67_PYW4PfaevFva/s400/samuelson.png" border="0" alt="Paul Samuelson"id="BLOGGER_PHOTO_ID_5414816084272190530" /></a>Possivelmente será mais recordado pelo magnífico manual de Economia de que foi autor, mas foi também um dos mais importantes teóricos da denominada <b>síntese neoclássica</b>, uma fusão das teorias micro e macro-económicas. A sua grande descoberta, o teorema da preferência revelada, criou expectativas de que a Economia, finalmente, atingiria o patamar de Ciência por legítimo direito (e não por aproximação às ciências duras, como a Física); no entanto, essa terá sido mais uma das grandes ilusões do século XX.<br /><br />Notícia do jornal Público: <br /><table border=0 bgcolor=silver cellpadding=7><tr><td bgcolor=silver><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQxgXWMEwDws7NTTT3gt5yD63KF0PT6OpiJBrj96HWfhip3_zQn0HI5cfIcvZ1fGy9l7ghhw__eO7ICaE_p9PxfoBRc0w_WmKpJ7GSHEkDZ0ccOAf5S06AdPteo15ZQiZ0JoXc/s1600-h/rp.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 150px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQxgXWMEwDws7NTTT3gt5yD63KF0PT6OpiJBrj96HWfhip3_zQn0HI5cfIcvZ1fGy9l7ghhw__eO7ICaE_p9PxfoBRc0w_WmKpJ7GSHEkDZ0ccOAf5S06AdPteo15ZQiZ0JoXc/s200/rp.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5414817348962548322" /></a> O economista Paul Samuelson, primeiro prémio Nobel da Economia americano, em 1970, morreu hoje aos 94 anos, anunciou o Massachusetts Institute of Technology (MIT), onde cumpriu o essencial da sua carreira.<br /> “O economista do MIT Paul A. Samuelson, laureado com o Nobel e autor de análises matemáticas que estabeleceram os alicerces nos quais se construiu a economia moderna e manuais que influenciaram gerações de estudantes, morreu hoje [domingo] na sua casa em Belmont (Massachusetts)”, anunciou o MIT na sua página online.<br /> Segundo o instituto, Samuelson foi um dos economistas mais importantes do planeta durante mais de meio século”. Um dos seus manuais de economia, “Economics: An Introductory Analysis”, publicado pela primeira vez em 1948, foi traduzido em 40 línguas e reeditado 19 vezes em língua inglesa. É a obra de economia mais vendida de todos os tempos, com mais de 4 milhões de cópias vendidas. <br /> Nascido em 15 de Maio de 1915, Paul Samuelson, formado em Harvard, passou a integrar os quadros do MIT em 1940. Estava casado com Risha Samuelson há 28 anos e tinha seis filhos.</td></tr></table><br><br>Joao Augusto Aldeiahttp://www.blogger.com/profile/01123468247310036922noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7548547.post-66626240738090530502009-09-07T11:01:00.001-07:002009-09-15T01:49:46.942-07:00<center><object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/H6PhtPj2718&hl=pt-br&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/H6PhtPj2718&hl=pt-br&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><table border=0 cellpadding=7><tr><td align=left valign=top> Concordo com esta análise quanto ao argumento de que o crescimento monetário é sustentado por um esquema do tipo "pirâmide"; mas não concordo que seja a mesma coisa que empurra o crescimento económico; nesse caso há uma "tragedy of the commons": genericamente os indivíduos encaram os recursos do planeta como recursos comuns (ou seja, pertencem ao ser humano — não aos animais, nem a Deus, nem a gerações futuras) e gratuitos (excepto quanto a uma pequena taxa para quem detém temporariamente a sua guarda). O que impulsiona o crescimento é a vontade de usufruir de mais coisas boas (sejam elas consumos supérfluos ou mais e melhores cuidados de saúde, mais bens culturais, etc.) O ser humano sempre foi impulsionado por isso, porque haveria de mudar agora? E o paradigma do crescimento não começou na era moderna: ocupar um ecosistema, crescer até esgotar os recursos e passar adiante: isso vem desde a pré-história. O que foi mudando foi a tecnologia, e o facto — subsequente — de nos aproximarmos do limite planetário em termos de exploração de recursos. Mas o sistema reequilibrar-se-á, ainda que de modo trágico.<br /> Também não concordo que a Economia não seja uma ciência: tem tanto de observação externa, medição rigorosa e método científico como qualquer outra ciência (com excepção das "ciências jurídicas" e "do jornalismo"); tem igualmente muita subjectividade e ideologia, mas disso também as restantes ciências sofrem.</td></tr></table><font color=silver size=-1>[ clique para ampliar ]</font></center>Joao Augusto Aldeiahttp://www.blogger.com/profile/01123468247310036922noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-7548547.post-6156227549078134592009-08-24T08:08:00.000-07:002009-08-24T08:13:46.522-07:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXGM7ZS482Pf_vBG7HuKLj7EuQShaZ7OrCBmX0BZj91enultvDaPuvQ3cQASNcZjf0bydxh_Q8ATMzs-kV_j1X4jLX-dHF_bwuud4KyTMuvp2P775ge1xEk03tiGttPVSNAm46/s1600-h/Publico.PNG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 144px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXGM7ZS482Pf_vBG7HuKLj7EuQShaZ7OrCBmX0BZj91enultvDaPuvQ3cQASNcZjf0bydxh_Q8ATMzs-kV_j1X4jLX-dHF_bwuud4KyTMuvp2P775ge1xEk03tiGttPVSNAm46/s400/Publico.PNG" border="0" alt="notícia do jornal Público"id="BLOGGER_PHOTO_ID_5373537046313732114" /></a> O "bom povo português" dos discursos monoculares de Spínola, tal como o "generoso povo da Madeira", é uma falsificação filosófica que remonta, pelo menos, até ao Iluminismo: são apenas variantes do "bom selvagem" rousseauniano: o homem que nasce todo ele pleno de bons instintos, e que é, depois, "estragado" pela Sociedade (no caso de Rousseau, pela Ciência).<br /> Embora frases como a do actual primeiro ministro façam sorrir a maior parte de nós, não nos irritam: o que nos irrita são afirmações como a de José Hermano Saraiva, dizendo que em apenas três dias (nos idos de 1506) o "bom povo" de Lisboa e arredores chacinou mais judeus do que a Inquisição portuguesa em todo o tempo da sua lúgubre existência; incluindo bebés: pode lá ser!<br /> O "povo", por definição, é bom, e só isso é que explica, segundo Sócrates (esse que é afinal o modelo chapado do português suave, que de vez em quando grita e se irrita, mas isso não é ele, foi apenas uma coisa má que lhe passou pela cabeça), que os madeirenses continuem a eleger o sr. Alberto PSD Jardim, apenas para não somar uma humilhação insuportável à chacota que dele faz o País. É muita generosidade, essa, mas compreensível à luz da doce filosofia josé-socrática.<br /> Não, o voto do generoso povo madeirense não é nenhuma retribuição pela generosidade orçamental cubano-continental. Não, a Matança da Páscoa de 1506 nada tem a ver com o genocídio nazi. O povo é sempre bom. O povo é quase sempre sereno. Leiam as notícias: em Portugal não se lincha ninguém a coberto da noite, só porque esse ninguém é de cor escura e ousou assaltar uma garagem às tantas da manhã. Essa notícia não existe.<br><br>Joao Augusto Aldeiahttp://www.blogger.com/profile/01123468247310036922noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7548547.post-61034209541430862392009-07-27T07:34:00.000-07:002009-07-27T11:43:58.744-07:00Piratas da Somália: modelo de negócio<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitvYv3qJjxPBYPqU1pfKFyq7LVHmi7Bvy8deuBZPwqnzdgPGc65RpPp2gJ2j2sJTiqBWtDJ9S7M65jHWNcu8vJbi2EVYRpzjpckhr0vWd4J9UWC_tqfgCgS6pcV_oRHIbNwa4O/s1600-h/ff_pirate_map.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 168px; height: 200px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitvYv3qJjxPBYPqU1pfKFyq7LVHmi7Bvy8deuBZPwqnzdgPGc65RpPp2gJ2j2sJTiqBWtDJ9S7M65jHWNcu8vJbi2EVYRpzjpckhr0vWd4J9UWC_tqfgCgS6pcV_oRHIbNwa4O/s200/ff_pirate_map.jpg" border="0" alt="clique para ampliar"id="BLOGGER_PHOTO_ID_5363150309413915186" /></a><blockquote> «Os duros pescadores da denominada costa da Somália são criminosos sem remorso, sem dúvida, mas são mais do que isso: são inovadores. Enquanto os piratas de gerações anteriores se contentavam com um bote carregado com o saque, os flibusteiros do Golfo de Aden mantêm navios captivos para trocar por resgates. Esta etsratégia tem sido fabulosamente bem sucedida: o retorno típico é actualmente 100 vezes superior ao que era em 2005 e o número de ataques disparou.<br /> «Como qualquer outro negócio, a pirataria Somali pode ser explicada em termos puramente económicos. Ela floresce ao explorar os incentivos criados pelo comércio marítimo internacional. As outras partes envolvidas — armadores, seguradoras, segurança privada, e numerosas marinhas de guerra nacionais — ganham mais (ou, pelo menos, perdem menos) a tolerá-la do que a combatê-la seriamente. Quanto aos piratas, as suas crescentes exigências são apenas um método de formação de preços, um modo de medir quanto é que o mercado suporta pagar.»</blockquote><a href="http://www.wired.com/politics/security/magazine/17-07/ff_somali_pirates" target=new>ler o original (em inglês) »»</a><br /><br />Joao Augusto Aldeiahttp://www.blogger.com/profile/01123468247310036922noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7548547.post-78424842415611490972009-07-07T08:21:00.000-07:002009-07-07T10:00:03.726-07:00Custos de oportunidade<img style="float:left;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhp-7cVf2nnmKp225BDtnZkaQbxOV3326bcEX-UNN3iSLe24YNM7PxqYLopR6EEZ76RdJ1aZFyTzIKGTacYfjekD6VS8lxspy1Z7rSPorq7xt8Se9uuXhLwK0mQMVSeb6XhBTzd/s400/Custo+de+oportunidade.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5355738684871841266" />Suponho que devem conhecer o argumento ricardiano a favor do comércio internacional: Portugal a produzir vinho, a Inglaterra panos, e depois toma-lá-dá-cá. Há uma versão moderna que mete uma advogada e a sua secretária: se a causídica for mais rápida a dactilografar e mais eficiente a arquivar processos do que a secretária, deve ela substituir-se à funcionária administrativa? Resposta: não! Porque o ganho/hora da advogada supera a ineficiência relativa da secretária (este exemplo, visto à lupa, revela um outro lado, sinistro, do argumento ricardiano: uns a especializarem-se em sectores com elevada incorporação tecnológica e de conhecimento, outros a marcar passo em sectores pouco qualificados). Toda esta conversa para justificar a publicação deste pequeno desenho. Imaginem quem é a Inglaterra e quem é Portugal.<br /><br />Joao Augusto Aldeiahttp://www.blogger.com/profile/01123468247310036922noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-7548547.post-62611775496347240772009-07-03T05:58:00.001-07:002009-07-03T06:34:11.986-07:00<img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 225px; height: 225px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjV2s3bpkrprF123Cau4i2kRyKTe2BQ_WnN7FVKle6ics7rf-LUdaCOrLKUacTz7a_mMyY7ivIYzceFKYQmSU6w6jo-a3ew80ykCVRRBCuuc5saX27AtpZgRzRMINkkuz5VuSXB/s400/Pinho.jpg" border="0" alt=" o ex-ministro Manuel Pinho sem maquilhagem nem adereços taurinos "id="BLOGGER_PHOTO_ID_5354210276292124994" />Quando o ouvia dizer que mal dormia pensava se não seria daqueles que sabia mais a dormir do que acordado. Agora pode dormir descansado, depois de ter feito passar por cordeiro o pequeno parlamentar que o provocou. Igual a si própria, a Assembleia ofendida escorraçou o ensonado trabalhador, fez suas as profundas dores do pequeno provocador e, como sempre, pesou mais a emoção do momento do que a razão do País. A Casa da Chinfrineira aplicou o velho truque de passar por ter boquinha pequena ao escancarar a bocarra, por ela mesma ampliada, dum bandarilheiro que devia ter estado calado naquela altura, porque o lema ali é: quando um da Casa fala as visitas baixam as orelhas. Já a um parlamentar tudo é permitido e perdoado (como aconteceu recentemente com José Eduardo Martins) incluindo dormir em vez de trabalhar. O Parlamento é apenas isso: a válvula de escape da manha nacional, ela a quem todo o sucesso alheio ofende.<br /><br />Ah, mas no tempo em que os tordos falavam ainda se podia (ouvir) cantar:<center><table border=0><tr><td align=left width=95%><i>Entram guizos chocas e capotes <br />e mantilhas pretas <br />entram espadas chifres e derrotes <br />e alguns poetas <br />entram bravos cravos e dichotes <br />porque tudo o mais <br />são tretas. <br />Entram vacas depois dos forcados <br />que não pegam nada. <br />Soam brados e olés dos nabos <br />que não pagam nada <br />e só ficam os peões de brega <br />cuja profissão <br />não pega.</i></td></tr><tr><td width=5%> </td></tr></table></center><br><font color=white>ex-ministro Manuel Pinho</font>Joao Augusto Aldeiahttp://www.blogger.com/profile/01123468247310036922noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7548547.post-67822652848189380742009-07-02T09:35:00.000-07:002009-07-02T09:40:01.844-07:00Silogismo<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgA3XZI7AXbE-orc0Wcy7nd5AIKpqXoYDhz6JHv2_W199FUWRS0wf8C-vuPwv8a53ieluNUxt1FFvZYln6z8igIiFf4ws_eSA6czV8wIC__0-FMNJWilLAm256EruJ4r5WETu2G/s1600-h/mina.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 87px; height: 130px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgA3XZI7AXbE-orc0Wcy7nd5AIKpqXoYDhz6JHv2_W199FUWRS0wf8C-vuPwv8a53ieluNUxt1FFvZYln6z8igIiFf4ws_eSA6czV8wIC__0-FMNJWilLAm256EruJ4r5WETu2G/s400/mina.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5353902969137603378" /></a><br /><br />Debate da Nação:<br />- Louçã diz que a mina não abriu.<br />- Sócrates diz que estão lá 100 ou 200 trabalhadores. <br />- Conclusão: os trabalhadores estão fechados na mina fechada.Joao Augusto Aldeiahttp://www.blogger.com/profile/01123468247310036922noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7548547.post-81939539676922471982009-07-01T04:00:00.000-07:002009-07-01T04:05:04.985-07:00Os anos pesam...<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiE36Pgfsx3Ydv6BzzmiNyjcv9hJyxpXUkwM2UxVE89tHM-_RefhUbQQf66CMz4duCtfU4KzNZrykZPd0vMbUSB13U4usBRJ4z97RKWD5ZwIHXOJ2yt-wk6FugGPJJupSv7SXr/s1600-h/OldAgeBurden.PNG"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 142px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiE36Pgfsx3Ydv6BzzmiNyjcv9hJyxpXUkwM2UxVE89tHM-_RefhUbQQf66CMz4duCtfU4KzNZrykZPd0vMbUSB13U4usBRJ4z97RKWD5ZwIHXOJ2yt-wk6FugGPJJupSv7SXr/s200/OldAgeBurden.PNG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5353432425023771650" /></a>O <i><a href="http://www.economist.com/daily/chartgallery/displaystory.cfm?story_id=13933716&fsrc=twitter" target=new>The Economist</a></i> (*) tem um pequeno artigo sobre o crescente peso das reformas dos idosos no conjunto da população:<br />«Actualmente, nos países desenvolvidos, existem em média 4 pessoas com idade para trabalhar [20-64 anos] por cada pessoa com mais de 65 anos. Porém, em 2050, a relação descerá para apenas dois trabalhadores por cada pensionista. Os EUA terão um rácio mais favorável, de dois trabalhadores e meio, porque a sua população deverá manter-se relativamente jovem. A Grã Bretanha também estará acima da média, e a França apenas ligeiramente abaixo. Mas no Japão e na Itália existirá apenas um trabalhador e meio por pensionista. O peso será insuportável. As pensões terão de ser menos generosas e a maioria das pessoas terá de trabalhar para além dos 65 anos.»<br /><br />Um outro estudo [<a href="http://www.apseguradores.pt/Site/Content.jsf?ContentId=428">ver →</a>] apresenta o seguinte quadro, com uma previsão, para Portugal, de duplicação até 2050 do "fardo da segurança social". Com 20,8% do PIB ficaríamos a ser o país que mais invesiria no apoio aos idosos...<br /><br /><center><b><font color=gray>Peso das pensões do<br />sistema público no PIB - em %</font></b><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjM02isef96e_Pj3_8j8sDlXMj5S9Y47rhOD-2rNAZshyphenhyphen2Av70ExDPZPj4d_RDfHkJUPOo-TNUxf2mNzL4YnTGX1IsiPJwBl97Z-2lYt81I6MTbDaKR5aZJeJqlIevrBWujcFS-/s1600-h/Peso+pensoes+publicas+PIB.PNG"><img style="float:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 230px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjM02isef96e_Pj3_8j8sDlXMj5S9Y47rhOD-2rNAZshyphenhyphen2Av70ExDPZPj4d_RDfHkJUPOo-TNUxf2mNzL4YnTGX1IsiPJwBl97Z-2lYt81I6MTbDaKR5aZJeJqlIevrBWujcFS-/s320/Peso+pensoes+publicas+PIB.PNG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5353440079662622210" /></a><br /><font color=gray>[ clique para ampliar ]</font></center><hr color=gray width=45% align=left size=1>(*) Não me venham dizer que na frase «O <i>The Economist</i>» o artigo se encontra duplicado: já vos ouvi dizer «A alfarroba», que é a mesma coisa (etimologia: do hebraico antigo <i>al charuv</i>, através do árabe <i>al karrub</i>, "a vagem"). Razão, quem a tinha, era a minha avó, algarvia de Silves, quando dizia: "vou ali apanhar umas farrobas".<hr color=gray width=45% align=right size=1>Joao Augusto Aldeiahttp://www.blogger.com/profile/01123468247310036922noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7548547.post-64293471745126761752009-06-22T08:06:00.000-07:002009-06-22T08:30:39.231-07:00Manifesto dos Economistas<img align=left hspace=5 src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpKhWBM2hr21-szxL915TBjXPEzBa34KUnVeKGK5SWNIOpCeQ1ooxBe9oedgX8sAPsLUJ_BZhofj1eo692FthyphenhyphenTtQH1jLQQEEUIyIl3Kta4b_TJJsc33rFodF0SASiivok28k1/s400/manifesto.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5350173897916000786" /><br /> Voltamos à velha questão: já sabemos o que não queremos, mas não ainda o que queremos. O Manifesto dos Economistas, lá bem no fundo, diz <u>apenas</u> que é preciso pensar muito bem onde aplicar os recursos. Pode até parecer que estão contra os grandes investimentos, mas não foi isso que escreveram: admitem que esses investimentos possam ser realizados, mas só depois de muito bem estudados — pelo que a proposta, em última análise, se resume a um adiamento das despesas previstas. <br /> Gritada assim abruptamente, a frase "isso tem de ser muito bem estudadinho antes de se avançar", até pode dar a ideia de que se quer fazer uma grande reforma nas políticas governamentais. Ou, recorrendo a linguagem mais tecnocrática, até soa a um apelo à mudança de modelo económico: "É preciso mudar de vida", parece ser a mensagem. Mas será? Quantos destes economistas defenderam, nos últimos tempos, a mudança do nosso modelo de desenvolvimento? Talvez apenas um: Medina Carreira, e nem disso tenho a certeza.Joao Augusto Aldeiahttp://www.blogger.com/profile/01123468247310036922noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-7548547.post-38003034204091662832009-06-21T03:09:00.000-07:002009-06-21T03:22:51.720-07:00Quem paga a crise?<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEia3risqEbUJ30G-FcBEZrIG9X5Nyuvc_OLNFBFSOUXvZ6EGACFZdB0uDim23jhuA5tifywXPMufpB4xe9vsnFeDDISV454MV-CpJfNmLrgNG1325dKpDHeDJ1y4oS9N7ZdlHto/s1600-h/let+the+rich+pay+the+crisis.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 154px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEia3risqEbUJ30G-FcBEZrIG9X5Nyuvc_OLNFBFSOUXvZ6EGACFZdB0uDim23jhuA5tifywXPMufpB4xe9vsnFeDDISV454MV-CpJfNmLrgNG1325dKpDHeDJ1y4oS9N7ZdlHto/s200/let+the+rich+pay+the+crisis.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5349724070983458194" /></a>Os mais pobres, obviamente. Não os miseráveis, que não têm rendimento para tal, mas os trabalhadores por contra de outrém (através dos impostos que servem para salvar do colapso as grandes empresas), os que caiem num desemprego que se poderá prolongar até ao fim da vida, as pequenas e médias empresas que se evaporam, perdendo património e activos que alguém já embolsou. Está tudo a correr conforme o costume e conforme previsto. O capitalismo e a economia de mercado, afinal, dá-se maravilhosamente com as políticas de origem (remota) na esquerda, o Estado Previdência: porque funcionam como estabilizadores automáticos (o que já se sabia há muito tempo) e (novidade) porque, afinal, o Estado Providência também pode ser usado para impedir que os imensamente ricos percam os seus privilégios. Tudo isto concretizado, não por façanhudos e barrigudos capitalistas, mas por elegantes heróis de esquerda, tais como Sócrates e Obama (o deles é mais bonito, mas o nosso também pratica desporto.)Joao Augusto Aldeiahttp://www.blogger.com/profile/01123468247310036922noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7548547.post-22726547451306276752009-06-03T15:10:00.000-07:002009-06-03T15:40:12.602-07:00Também tu, Champalimaud ?<img align=right hspace=3 src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_xtu0p3IEF-YtkxMVYmLXQzQLODQtjmiqyHJybNgiiEbjfhh-HRSUXRASRMmb7RquaIN4r1jVrJdYMPfbOOYJRPHviOGsMxoTaDVTLCytVFB50KzyzoTpD56h8EM6gLM9hsW_/s200/Champaimaud.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5343234652138896370" />É muito referida, como um dos factores da mudança política ocorrida em Abril de 1974, a tese do general António de Spínola de que a guerra do Ultramar não podia ser ganha por meios militares, mas sim políticos, tese veiculada no seu livro "Portugal e o Futuro". Isto quereria dizer que os militares já não acreditavam na vitória. Mas os "capitães da indústria e das finanças" também não. António Champalimaud, na Assembleia Geral anual do <i>Banco Pinto & Sotto Mayor</i>, apresentou ao Grupo que liderava um "Novo programa de acção que assenta essencialmente no aproveitamento articulado de recursos de Moçambique, de Angola e da Metrópole":<blockquote> "A Nação sofre todos os dias, nas presentes circunstâncias, perdas irreparáveis de vidas e uma sangria exaustiva de recursos materiais.<br /> O Sotto Mayor e as Empresas de índole industrial e financeira que lhe estão ligadas por laços de parentesco accionista, encontram-se amplamente disseminadas em Angola e Moçambique. Nada do que ali sucede pode por isso ser-nos indiferente.<br /> Isso exige, e todos estaremos de acordo com o ponto de vista, que o encargo com a defesa militar tenha de dar decisivamente o passo à cooperação económica. E embora a presença de forças armadas continue a ser ser imprescindível por período indeterminado para manter a ordem e a segurança, sem as quais não pode haver progresso, o essencial das forças de ataque tem de ser constituído por uma participação consentida de brancos e pretos, por mais gente que saibamos atrair, por crédito adequado e por investimento pertinaz, porque o inimigo mais sagaz em que os demais procuram apoiar-se será a falta de desenvolvimento".</blockquote>"Dar passo" significava aqui "ser substituído por" (hoje diríamos "ceder o passo"); "os demais" refere-se aos que lutavam pela independência das Colónias. Ainda recentemente, na série de documentários sobre as guerras coloniais de Joaquim Furtado, militantes dos movimentos de libertação reconheceram que o desenvolvimento económico lhes criou alguns problemas de mobilização, mas que encontraram uma solução dizendo: "pois, mas isso está a acontecer só porque nós iniciámos a nossa luta". <br />O discurso de Champalimaud teve lugar em 22 de Março de 1974, a poucas semanas da Revolução. Marcelo Caetano bem pode ter pensado: "Também tu, Champalimaud ?"<br />Copiei o texto do jornal <i>O Sesimbrense</i> dessa época, mas o discurso integral também se encontra <a href="http://www.arqnet.pt/portal/discursos/marco05.html">aqui →</a>Joao Augusto Aldeiahttp://www.blogger.com/profile/01123468247310036922noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7548547.post-83696285090343353282009-05-25T11:05:00.000-07:002009-05-25T11:06:01.040-07:00<center><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirXmD4hLve-tJTon3jDtrwxs-bsqKhL_8bHj_o7m30LLVbUp7r4Le870VAEO-96V3QPgmt98VXVORMmm14LVVvcnoDQtUzmL06UfMaTp7fF2xE0Qfr4UIwiCG5-qGAh5bE6-qw/s1600-h/capa+Publico.gif"><img style="cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 339px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPjealmGXBeZ21ug3njTN172hrKCEJDGH0AdEZ2pqJQOzePoxr0hNK7h0NspuutzfUoot4LT5hrbqXryEWAaRCapsiAK1I-s3t2FjHpLKG939dGOeVZFVo63z38mrhDqpxkdN4/s400/capa+Publico_.GIF" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5339817545800870594" /></a></center> A arte de compor capas de jornais tem muito que se lhe diga: a escolha dos temas a destacar, o tamanho e o posicionamento dos títulos, a articulação das manchas entre si, a "contaminação" entre notícias vizinhas, etc. Tudo isto a ser feito diariamente, recomeçando cada dia do zero — deve ser uma das tarefas mais emocionantes do jornalismo.<br /> Supostamente as notícias mais importantes merecem maior destaque, mas nem mesmo essa regra é assim tão simples: como se destaca uma notícia? Pelo tamanho do cabeçalho? Pelo tamanho da fotografia? Por ambas as coisas? No caso da capa do Público de hoje não pode deixar de chamar a atenção que o título mais destacado (<b>Uma em cada dez crianças nascidas em Portugal é filha de imigrantes</b>) está muito próximo da fotografia de João Salaviza, o jovem realizador português premiado em Cannes — quase tão próximo quanto ele o está da jovem que o cumprimenta. <i>Honny soit qui mal y pense</i>, mas recordando uma notícia comentada mais abaixo (sobre os contactos sexuais no contexto dos fluxos turisticos) poderá associar-se também este fenómeno a uma outra "contaminação": sabemos que há muitos imigrantes em Portugal; mas há assim tantos casais imigrantes?<center><font color=silver size=-1>[ clique para ampliar ]</font></center>Joao Augusto Aldeiahttp://www.blogger.com/profile/01123468247310036922noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7548547.post-35795407586480712009-05-25T10:37:00.000-07:002009-05-25T11:07:49.270-07:00<center><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirXmD4hLve-tJTon3jDtrwxs-bsqKhL_8bHj_o7m30LLVbUp7r4Le870VAEO-96V3QPgmt98VXVORMmm14LVVvcnoDQtUzmL06UfMaTp7fF2xE0Qfr4UIwiCG5-qGAh5bE6-qw/s1600-h/capa+Publico.gif"><img style="cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 339px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPjealmGXBeZ21ug3njTN172hrKCEJDGH0AdEZ2pqJQOzePoxr0hNK7h0NspuutzfUoot4LT5hrbqXryEWAaRCapsiAK1I-s3t2FjHpLKG939dGOeVZFVo63z38mrhDqpxkdN4/s400/capa+Publico_.GIF" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5339817545800870594" /></a></center> A arte de compor capas de jornais tem muito que se lhe diga: a escolha dos temas a destacar, o tamanho e o posicionamento dos títulos, a articulação das manchas entre si, a "contaminação" entre notícias vizinhas, etc. Tudo isto a ser feito diariamente, recomeçando cada dia do zero — deve ser uma das tarefas mais emocionantes do jornalismo.<br /> Supostamente as notícias mais importantes merecem maior destaque, mas nem mesmo essa regra é assim tão simples: como se destaca uma notícia? Pelo tamanho do cabeçalho? Pelo tamanho da fotografia? Por ambas as coisas? No caso da capa do Público de hoje não pode deixar de chamar a atenção que o título mais destacado (<b>Uma em cada dez crianças nascidas em Portugal é filha de imigrantes</b>) está muito próximo da fotografia de João Salaviza, o jovem realizador português premiado em Cannes — quase tão próximo quanto ele o está da jovem que o cumprimenta. <i>Honny soit qui mal y pense</i>, mas recordando uma notícia comentada mais abaixo (sobre os contactos sexuais no contexto dos fluxos turisticos) poder-se-ia associar também este fenómeno a uma outra "contaminação": sabemos que há muitos imigrantes em Portugal; mas há assim tantos casais imigrantes?<center><font color=silver size=-1>[ clique para ampliar ]</font><br><br></center>Joao Augusto Aldeiahttp://www.blogger.com/profile/01123468247310036922noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7548547.post-80927091504257064072009-05-21T08:31:00.000-07:002009-05-21T08:50:19.028-07:00Trabalho para casa<center><a href="http://farm3.static.flickr.com/2455/3551846526_244a43f9b1_o.jpg" onclick="window.open('http://farm3.static.flickr.com/2455/3551846526_244a43f9b1_o.jpg','popup','width=1158,height=759,scrollbars=no,resizable=no,toolbar=no,directories=no,location=no,menubar=no,status=no,left=0,top=0'); return false"><img src="http://farm3.static.flickr.com/2455/3551846526_793ea25708.jpg" alt="fotografia alojada em www.flickr.com"></a></center><br />Há aqui algum padrão?<br />Bem, nas crises mais recentes (1990, 2001) o período de recuperação do emprego foi bastante mais longo do que nas anteriores. Pensem nisso.<br /><br /><font size=-2>Retirado de <a href="http://johnbatchelorshow.com/schedules/">John Batchelor Show</a>, sendo o argumento original de George Melloan: "a culpa é do Estado". Ou, mais detalhadamente, do <a href="http://www.theeconomist.com/">Economista</a>.</font><br><br>Joao Augusto Aldeiahttp://www.blogger.com/profile/01123468247310036922noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7548547.post-57502699537788274392009-05-21T06:57:00.000-07:002009-05-21T07:12:29.816-07:00Taxas de desemprego da UE e dos EUA convergem<center><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwqaIuCL69TL8h42Dk2-UtrBPnnH1Q6axE_GB1BXoobDC-DRVQhWbF30cPszRDmRnAldD3RE8ivKEAFxIS7CzPrQPul3GRQ1W6HhiF5yjFyGM-N7NVaPdPNfEWnGAXakRy-3hv/s1600-h/EUA+UE+convergem.png"><img src="http://farm4.static.flickr.com/3549/3551672154_8b5f8c334c.jpg" border="0" alt="taxa de desemprego" /></a>Foi para isto que os europeus andaram a apoiar a eleição de Obama?</center><br><br>Joao Augusto Aldeiahttp://www.blogger.com/profile/01123468247310036922noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7548547.post-17883130061686707522009-05-20T02:49:00.000-07:002009-05-20T12:04:43.916-07:00Portugal Exportador<center><a href="http://www.youtube.com/watch?v=Dle3eGuw5tY" target=new><img style="cursor:pointer; cursor:hand;width: 383px; height: 231px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLsIiHX4kAY3R3T2AFLKgQKuIVCz_HcJHEAR-wtFeMTfUHjMZmkh3iOKMmfWjRLqRQODu092kdI8n0a_wnI4BrKpB6vky_LVEEHolL7XgGWPsuOPaezYHONb5khTSYreS51pu6/s400/machoman.PNG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5337847797064705874" /></a></center><br /> O jornal <a href="http://jornal.publico.clix.pt/">Público</a> de hoje divulga resultados de investigações sobre migrações do virus HIV, que apontam <i>Portugal como "país exportador" de sida</i>. A cartografia das contaminações desta doença, através do mapeamento genético das diversas variantes, permitiu aos investigadores chegar a diversas conclusões: <br />— "Grécia, Portugal, Sérvia e Espanha são fontes disseminadoras do HIV-1"<br />— "Áustria, Bélgica, Dinamarca, Alemanha e Luxemburgo, pelo contrário, constituem alvos migratórios"<br />— "Itália, Israel, Noruega, Holanda, Suécia, Suíça e Reino Unido apresentam migrações bidireccionais." <br />— "A maior parte dos vírus 'exportados' por Portugal foram-no para o Luxemburgo"<br /><br /><img align=left hspace=3 src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoE_KLETlj8YYUGifcNB0x_eMOxkypQBqAAfzGawNvqnLNspakWRkGZri2e3DLh2Bn3R0diB2J82LBcGchCjE0LAhrmTprW56g1dHITClzpbUgg94FnbRfgrsTk2ii6jxVBGRj/s400/Portugal_exportador.gif" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5337849324554530882" /> O virologista e co-autor do estudo, Ricardo Camacho, comentando estes resultados para o mesmo jornal, afirma não estar surpreendido: "Houve um ano desta década em que 86 por cento das pessoas diagnosticadas como seropositivas no Luxemburgo eram portugueses."<br /> E sobre a "rota turística" do HIV: "Portugal exporta HIV para outros países; nós encontrámos esta realidade e a explicação que nos ocorre é que ou foram pessoas já infectadas que emigraram para outros países, ou foram turistas que vieram de férias e foram infectadas em Portugal."<br /> É sabido que o comportamento sexual aparente das comunidades humanas pode diferir muito da realidade. Nos anos 60 era visível que havia em Portugal um "turismo sexual" integrado no paradigma do "amor livre" daquela década — mulheres nórdicas procurando relações temporárias com os bronzeados jovens portugueses; estes relacionamentos chegavam mesmo a ser ostentados com orgulho pelos nossos compatriotas, fenómeno exibicionista de que sobreviveu o fóssil algarvio <a href="http://www.youtube.com/watch?v=Dle3eGuw5tY" target=new>Zezé Camarinha</a>. Mas hoje, aparentemente, o turismo seria mais casto, acossado, precisamente, pela ameaça do HIV. O que a referida investigação nos vem revelar, se a hipótese e os resultados da investigação estiverem certos, é que há mais "anos 60" e mais "amor livre" no turismo actual do que se suspeita, eventualmente com maior recato. <br /> Quem sabe: talvez o Zezé Camarinha não seja assim tão anacrónico, e talvez ele próprio esteja enganado quando se apresenta como "<i>O últmo macho man português</i>".<br><br>Joao Augusto Aldeiahttp://www.blogger.com/profile/01123468247310036922noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7548547.post-44203406212243205102009-05-19T11:21:00.000-07:002009-05-20T03:34:10.579-07:00<center><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiW3ix8wlGTKvtDak3Lh3-l7bmYfEyZ2mM9Gv0lUz4LMCSXqhfLn01GwrOE2ujMoBnHGp4m2b5jY2GQReiVZ_-BWDOxQJf5eKpd5_1N_hBXlJCy5ZnmPJyaekLI7nkASPn1rbFJ/s1600-h/Indice+confian%C3%A7a+ISEG+abr09.PNG"><img style="cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 245px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiW3ix8wlGTKvtDak3Lh3-l7bmYfEyZ2mM9Gv0lUz4LMCSXqhfLn01GwrOE2ujMoBnHGp4m2b5jY2GQReiVZ_-BWDOxQJf5eKpd5_1N_hBXlJCy5ZnmPJyaekLI7nkASPn1rbFJ/s400/Indice+confian%C3%A7a+ISEG+abr09.PNG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5337601864010918066" /></a></center><br />Depois de uns meses a descer pela colina do Quelhas abaixo, o Índice de Confiança do ISEG hesitou e... ficou-se! <br />Alto lá — pára já tudo! <br />Teria a crise chegado ao fim? Seria o gajeiro do ISEG o primeiro a ver terra à vista? <br />O Prof. Doutor João Ferreira do Amaral foi encarregue do horóscopo de Abril. Sob o título <b>Queda Interrompida</b> (onde é que eu já ouvi isto?) e em 235 palavras de puro <i>story telling</i> [<a href="https://aquila2.iseg.utl.pt/aquila/getFile.do?method=getFile&fileId=45605">leia aqui</a>]: a coisa explica-se "<i>provavelmente com o aumento do rendimento disponível daqueles que não perderam o emprego e que recebem rendimentos salariais ou pensões de reforma. De facto, a desaceleração do crescimento dos preços leva a que esses grupos sintam uma melhoria, em termos reais, no seu rendimento disponível</i>". Além disso, "<i>a descida da taxa de juro descomprime a situação financeira das muitas famílias endividadas – mais uma vez daquelas que continuam a receber regularmente os seus rendimentos</i>". <br />Quanto à crise: "<i>ainda estamos longe de iniciar a recuperação. Ela só virá quando o comércio mundial tornar a crescer</i>". <br /><br />Ó que pena, ainda não foi desta.<br><br>Joao Augusto Aldeiahttp://www.blogger.com/profile/01123468247310036922noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7548547.post-33745566894867248722009-04-07T02:58:00.000-07:002009-04-07T03:04:38.855-07:00<a href="http://www.ctoc.pt/fotos/editor2/Aula_do_Comercio%20-%20L%C3%BAcia%20Lima%20Rodrigues.pdf" target=new><img border=0 style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;width: 400px; height: 249px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCJdJskD_UVHui5krIjUWz0Mtvs_8YEkr9IMKkZoj29CYgEylxx0dtrtQ_jEBGZ_jD42SIqeeAswMgy9jCztihq3GsalPYT2jxHbvPn1yHiijIjWjbyogp0v78501BrMpv1dNh/s400/aula_comercio.png" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5321886933980745090" /></a><br /><b>Aula do Comércio (1759-1844): Primeiro Estabelecimento Governamental de Ensino de Contabilidade</b><br />Apresentação da professora Lúcia Lima Rodrigues, disponível <a href="http://www.ctoc.pt/fotos/editor2/Aula_do_Comercio%20-%20L%C3%BAcia%20Lima%20Rodrigues.pdf" target=new>aqui →</a><br><br>Joao Augusto Aldeiahttp://www.blogger.com/profile/01123468247310036922noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7548547.post-40857436851463016922009-03-25T03:22:00.000-07:002009-03-25T03:57:43.523-07:00<img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;width: 200px; height: 149px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqRuAZ6MLf0jZ_wMWf1p0XXYf6uxohxpTIqkihb44PwI380qujadTify4M5KoQdZRsh_jHAmzwF1KD4mB46j6uJ66NC6SB1qMglKTktnaykKIWv34zkbHMFIkObWXsW7ahrwWj/s200/free.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5317068979720251410" /><blockquote> <font color=#336699>«Em anos recentes os consumidores foram-se habituando a beneficiar de "borlas" <i>online</i>, dos mais variados tipos: notícias, música, e-mail e até acesso rápido à internet. Actualmente, contudo, as <i>dotcoms</i> não estão a ser notícia por causa de novas "borlas", mas por despedimentos e anúncios de que passarão a cobrar pelos seus serviços.</font><br /> »Estas palavras apareceram no <i>The Economist</i> de Abril de 2001 mas aplicam-se à actualidade. Durante a explosão das <i>dotcoms</i> espalhou-se a ideia de que, afinal, poderia haver almoços grátis, ou, pelo menos, serviços da Internet gratuitos. Foram então surgindo empresas que ofereciam conteúdos e serviços em linha, na esperança de que poderiam, eventualmente, "monetarizar" os milhões de visitas com promoção publicitária. Mas as coisas não seguiram esse caminho e o resultado foi o <i>crash</i> das <i>dotcoms</i>. As empresas tentaram então outros modelos de negócio, tal como o de cobrar pelos acessos, mas poucas tiveram sucesso nessa via.<br /> «Voltou então tudo ao princípio a partir de 2004, com a entrada do Google na bolsa, empolando uma nova bolha "Web 2.0". A capacidade do Google em colocar pequenos textos publicitários junto dos resultados das buscas na Internet, bem como em outros <i>sites</i>, significava que muitos dos modelos de negócio que tinha sucumbido à crise <i>dotcom</i>, afinal podiam regressar das tumbas — parecia que se podia ganhar mesmo dinheiro com publicitade na <i>net</i> desde que se lidasse convenientemente com o problema, fazendo o <i>outsource</i> para o Google. A razão pela qual não tinha funcionado inicialmente, concluiu-se, tinha sido a insuficiência das ligações em banda larga. A busca recomeçou e emergiu uma então série de novas empresas: MySpace, YouTube, Facebook e agora o Twitter. Cada um delas fornecia serviços gratuitos para atrair largas audiências que poderiam, a dada altura — indefinidada no tempo — atrair grandes montantes de retorno publicitário. A verdade é que tinha funcionado com o Google. Os almoços grátis estavam de volta.<br /> «Mas agora a fria realidade volta a atacar. O número de empresas que pode ser sustentada com rendimentos provenientes de publicidade na Internet parece ser muito menor do que se pensava e tudo indica que Silicon Valley está a entrar de novo num "inverno nuclear". (...)<br /><p align=right>Artigo no <a href="http://www.economist.com/opinion/displayStory.cfm?story_id=13326158&source=hptextfeature">The Economist →</a></p></blockquote>Joao Augusto Aldeiahttp://www.blogger.com/profile/01123468247310036922noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7548547.post-52786622792113250862009-03-18T07:38:00.001-07:002009-03-18T09:01:46.595-07:00<FONT size="+2" color="#004477"><b>Subsídio-dependência, Consumo, Mulheres:<br />Pecados de Ontem, Virtudes de Hoje.</b><br><br></font><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;width: 180px; height: 180px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNJC7JZL0_aFUF6-C1JWGqNEUL2YJiUbnH5CF0Ef_UAQRmIspitEHZjs5MH2Q4pxyiOm4A214i5aQwT5-EZX0wkpukwco-h4HkevjItYgvKoOy3SR7gac6vK5VbCQQT4LvsPd-/s400/consume.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5314536676163123458" /> Em tempos a Religião propugnava a salvação pela abstinência. Com a recente crise parece que a salvação poderá estar no pólo oposto: consumo, consumo, consumo! Se assim for, será uma grande ironia, pois continuamos a ouvir que a nossa economia anda a ser — erradamente — sustentada por um consumo suportado em endividamento externo (... volta Keynes, que estás perdoado...)<br /> Recentemente, as empresas de comunicação, através da Confederação Portuguesa dos Meios de Comunicação Social (CPMCS), apresentaram ao Governo português um "Plano de Incentivos Fiscais ao Investimento Publicitário". A ideia é que o Governo conceda incentivos, em matéria de IRC, às empresas que aumentem o seu investimento publicitário durante este ano. Segundo João Palmeiro, presidente da CPMCS, «Não se trata de mais um subsídio, mas de um incentivo às empresas que, em vez de se deixarem mergulhar na crise e começar a cortar pelo mais fácil (a publicidade) façam um esforço de investimento num sector que, através das várias plataformas de comunicação, atinge directamente o cidadão e lhe pode induzir esperança.» As palavras "investimento" e "esperança" estão aqui simpaticamente colocadas (ah, o marketing, o marketing!...), sem dúvida, mas trata-se apenas de um incentivo ao consumo através de um subsídio, ainda que indirecto, retirado ao Orçamento de Estado.<br /><br />Outra novidade pró-consumo é dada pelo <a href="http://www.economist.com/business/displayStory.cfm?story_id=13278440&source=hptextfeature">The Economist</a>:<img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijTVsmWyBpNCrnbYjMuPK8U6lHkfOkGlzG5i8QMrjTvs8oCknhWIECJlrdnn1Gx1Tnop01_Ht0-0i7Ue3KyBaVFaKR1XU2uqWqH_AyOJ_9pwb0YzAf9TyinBD-lF_tTJPkgrSM/s400/women.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5314535525776603202" /><blockquote>"Na América, onde os consumidores femininos representam mais de 80% das compras de uso geral [<i>discretionary</i>], as empresas começaram a dotar os seus produtos e mensagens com apelos ao sector feminino, num esforço para ampliar as vendas. <i>A Frito-Lay</i>, uma companhia de <i>snack-food</i> detida pela <i>PepsiCo</i>, lançou uma campanha designada "<i>Only In A Woman’s World</i>", para convencer as mulheres de que as batatas fritas e as pipocas não são apenas para adeptos de futebol masculinos. A <i>OfficeMax</i>, segundo maior fornecedor de artigos de escritório nos EUA, redesenhou os seus bloco-notas e suportes de ficheiros para atrair as mulheres e desenvolveu anúncios encorajando-as a tornar os seus cubículos mais coloridos. Pela primeira vez, a <i>McDonald’s</i> patrocinou a <i>New York Fashion Week</i>, em Fevereiro último, promovendo uma nova linha de bebidas para mulheres." <a href="http://www.economist.com/business/displayStory.cfm?story_id=13278440&source=hptextfeature">»»»</a></blockquote>Joao Augusto Aldeiahttp://www.blogger.com/profile/01123468247310036922noreply@blogger.com3